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Mobly compra controle da Tok&Stok e mira liderança no mercado de móveis

Operação, que ainda depende de aprovações regulatórias, deve criar uma das maiores companhias do setor no país

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São Paulo

A Mobly, empresa de comércio eletrônico de móveis e decoração, fechou um acordo para incorporar a tradicional rede varejista Tok&Stok.

A transação será feita por meio de um aumento de capital, no qual os atuais controladores da Tok&Stok receberão ações da Mobly em troca de suas participações, de acordo com fato relevante divulgado pela empresa de comércio eletrônico.

Loja da Tok&Stok na zona oeste de São Paulo - Projetor/Folhapress

A operação ocorre menos de dois anos após a gigante dos móveis, fundada em 1978, passar pela pior crise de sua história. Desde 2021, com uma retração no consumo de produtos para a casa após a pandemia e aumento nas taxas de juros, a Tok&Stok viu seu endividamento crescer e sua situação financeira se deteriorar.

A empresa foi alvo de uma ação de despejo por causa do atraso no pagamento do aluguel de um imóvel em Extrema (MG), onde tem um centro de distribuição, em fevereiro de 2023. Depois disso, começou a fechar lojas para reduzir custos.

Em junho, seus sócios fizeram um aporte de R$ 100 milhões e conseguiram renegociar R$ 350 milhões em dívidas bancárias. Dois meses depois, a cofundadora Ghislaine Dubrule voltou à presidência da Tok&Stok, cargo que ocupara até 2017.

A reestruturação financeira e a troca de comando deram novo fôlego à empresa, mas a situação não deixou de ser um acelerador no processo de fusão, de acordo com Eduardo Yamashita, diretor de operações da Gouvêa Ecosystem.

"Um movimento como esse é alternativa para reduzir custos frente um aumento do custo de capital no Brasil", diz Yamashita.

Em teleconferência na tarde desta sexta-feira (9), o diretor-presidente da Mobly, Vitor Noda, detalhou o novo acordo para refinanciar as dívidas de R$ 365 milhões da Tok&Stok com bancos.

Haverá a suspensão do pagamento de juros e amortizações da dívida até o final de 2026. A partir de 2027, a Tok&Stok começará a pagar a dívida gradualmente, com amortizações anuais crescentes: 5% em 2027, 10% em 2028 e 14,2% de 2029 a 2034.

Credores também têm a opção de converter o valor da dívida em ações da Mobly, a um preço fixo de R$ 9 por ação.

"As sinergias fazem com que as empresas alavanquem muito mais rápido e trazem uma tranquilidade, um colchão com relação à dívida que a Tok&Stok possui", disse Noda.

O fortalecimento pode tornar a empresa mais competitiva, mas isso não vai gerar domínio de mercado, na visão de Alberto Serrentino, consultor da Varese Retail.

"Esse mercado é muito fragmentado no Brasil. Por outro lado, a integração da competência digital da Mobly e os ativos da Tok&Stok pode fazer o negócio ficar mais interessante para os clientes", diz.

O valor mínimo atribuído à Tok&Stok na operação é de R$ 112,3 milhões. A Mobly, que continuará listada na B3, emitirá novas ações para incorporar a rival.

O acordo prevê a aquisição de 60,1% do capital da Tok&Stok geridos pela SPX Capital, colocando a Mobly na posição de acionista controlador.

Os fundos geridos pela SPX passarão suas ações na Tok&Stok para a Mobly e com isso a deterão 12% da gigante de móveis online.

A fusão mira uma operação omnichannel, que integra lojas físicas e online. As empresas estimam que as sinergias da união podem gerar entre R$ 80 milhões e R$ 135 milhões por ano em caixa adicional num prazo de cinco anos. As marcas devem ser mantidas.

"A discussão de arquitetura de marca que tem que vir em um segundo momento. Deve-se capturar sinergias primeiro. Depois, mergulhar no como usar o portfólio", diz Serrentino.

A operação ainda precisa ser aprovada pelos acionistas da Mobly e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Também é necessário que a Tok&Stok conclua uma reestruturação de dívidas em andamento.

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