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Prejuízo da Petrobras no segundo trimestre foi pontual, diz Magda

Empresa não vê repetição de fatores extraordinários que levaram a perda de R$ 2,6 bilhões

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Rio de Janeiro

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta sexta-feira (9) que desempenho da companhia no segundo trimestre de 2024 foi sólido, dentro do esperado e que o prejuízo de R$ 2,6 bilhões anunciado na quinta (8) foi pontual.

"Nós tivemos nesse segundo trimestre eventos não recorrentes absolutamente conhecidos do mercado", afirmou a executiva, em entrevista coletiva para detalhar o primeiro balanço da estatal divulgado sob sua gestão.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em sua cerimônia de posse. - 19.jun.24 - REUTERS


Um deles foi o acordo tributário com a Receita Federal para quitar dívidas de R$ 20 bilhões. Segundo Magda, o acordo foi bem recebido por investidores quando anunciado e "trouxe vantagens expressivas para a empresa e para a União".

A estatal argumenta que, sem os efeitos extraordinários, o lucro do trimestre ficaria em R$ 28 bilhões, próximo aos R$ 28,8 bilhões do mesmo trimestre do ano anterior. Além do acordo com a Receita, a desvalorização do real frente ao dólar e acordo trabalhista ajudaram a derrubar o resultado.

Na entrevista, Magda afirmou que o balanço da empresa deve ser olhado por outros indicadores, como a "sólida geração de caixa", o menor endividamento desde o terceiro trimestre de 2008 e um aumento de 11,1% nos investimentos.

Ela afirmou que os próximos trimestres não serão impactados pelos acordos com a Receita e trabalhistas. "Agora é trabalhar muito, botar muito óleo no tanque, produzir muito gás, refinar muito e vender muito", completou.

Diante da possibilidade de repercussão negativa, a Petrobras agendou um primeiro encontro com analistas ainda na noite de quinta, após a divulgação do balanço, que foi arquivado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por volta de 21h30.

Em geral, relatórios distribuídos por grandes casas de análise na manhã desta sexta indicam que ,embora o resultado tenha ficado um pouco abaixo das previsões, o mercado compreendeu os argumentos da companhia e volta suas atenções para os passos futuros, principalmente em relação a distribuição de dividendos.

As ações preferenciais e ordinárias da estatal na Bolsa caíram 0,92% e 0,85%, respectivamente.

A analista Monique Greco, do Itaú BBA, afirmou ver melhora no potencial de "dividend yeld", indicador que mede a rentabilidade de uma ação pelos dividendos distribuídos, nos próximos trimestres. O corte na projeção de investimentos, afirmou, pode ajudar nesse sentido.

Na quinta (8), a companhia havia anunciado a distribuição adicional de R$ 13,6 bilhões em dividendos sobre o desempenho do segundo trimestre, respeitando sua política de remuneração aos acionistas que prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre.

Para isso, recorreu à reserva de remuneração criada em 2023 e composta pelos dividendos extraordinários retidos no início do ano, o que gerou em analistas dúvidas sobre a possibilidade de distribuição desse valor até o fim do ano, como propôs o governo.

O diretor Financeiro da companhia, Fernando Melgarejo disse que a distribuição extraordinária não tem relação com o uso das reservas, mas sim com projeções futuras de fluxo de caixa e obrigações, que serão definidas no debate sobre o novo plano de investimentos da companhia, em novembro.

"Vamos fazer estudos sobre o planejamento estratégico, que é quando teremos visão melhor da necessidade de investimentos, da necessidade de disponibilidade de caixa", afirmou. Ele destacouque a empresa vem pagando mais dividendos que suas concorrentes nos últimos 12 meses.

A Petrobras esclareceu que o corte na projeção de investimentos, de US$ 18,5 para até US$ 14,5 bilhões, responde a atrasos na assinatura de contratos de plataformas que entrarão após 2030 e adiamento de manutenção na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, entre outros.

Não teriam impacto na produção de petróleo da companhia nem na busca por investimentos em setores considerados prioritários para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como petroquímica e fertilizantes.

Em sua fala, Magda, reforçou o interesse em voltar a esses setores e voltou a dizer que a empresa vai "respeitar lógica empresarial" e mecanismos de governança na escolha dos novos investimentos, além de manter foco na disciplina de capital.

"Entendemos que dessa forma estaremos contribuindo para movimentar a economia do país e para atender aos anseios mais profundos dos nossos acionistas", afirmou.

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