Petrobras prevê mais R$ 13 bilhões para concluir antigo Comperj, pivô da Lava Jato
Em inauguração de obra no local, Lula voltou a criticar suspensão de projetos após investigação
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A Petrobras prevê mais R$ 13 bilhões para concluir obras da refinaria do antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), um dos símbolos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
Nesta sexta-feira (13), a empresa inaugurou uma unidade de tratamento de gás natural no empreendimento, rebatizado de Complexo de Energias Boaventura. No evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a suspensão de obras da Lava Jato.
Ele ironizou perguntas sobre o custo das obras remanescentes e disse que o país precisa "fazer a pergunta ao contrário": "Quanto custou paralisar ele desde 2018?", perguntou. As obras, na verdade, foram paralisadas em 2015.
O Comperj foi um dos pontos centrais da delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que deu início à Lava Jato, cujas investigações desvendaram um cartel de empreiteiras que loteava grandes obras da estatal.
A Petrobras não informa quanto já gastou no local, mas segundo a última atualização do TCU, (Tribunal de Contas da União), feita em 2022, o projeto acumula prejuízos de US$ 14 bilhões (quase R$ 80 bilhões, pela cotação atual).
A retomada das obras da refinaria foi aprovada em 2023, após a posse de Lula, e a Petrobras já lançou uma licitação para contratar construtoras. A expectativa, segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, é que as obras comecem em 2025.
Magda disse que a empresa investirá R$ 7 bilhões também na refinaria de Duque de Caxias, ampliando em 50% a capacidade de produção de diesel no Rio de Janeiro —de 240 mil para 360 mil barris por dia.
Segundo ela, as obras vão gerar 10 mil empregos diretos. Outros 3.000 trabalhadores serão contratados para a operação da refinaria do Complexo Boaventura, que deve ter ainda duas usinas térmicas a gás natural.
Nesta sexta, a Petrobras inaugurou no local um sistema de escoamento de gás do pré-sal considerando fundamental para ampliar a oferta do combustível no país, uma das bandeiras do governo que esteve no centro da crise que derrubou o ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
É a primeira obra inaugurada na área do Comperj, projeto pensado para abrigar uma refinaria e um complexo petroquímico, cuja pedra fundamental foi lançada em 2008, também com presença de Lula, em seu segundo mandato.
"Isso aqui era para ser a grande indústria petroquímica brasileira. O meu sonho foi jogado no lixo", afirmou Lula, que desde sua posse vem fazendo críticas à Lava Jato, segundo ele uma operação para atingir a reputação da Petrobras e permitir sua privatização.
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