Siga a folha

Redes sociais, sustentabilidade e presentes são tendências na papelaria

Novidades da feira Escolar Office Brasil indicam oportunidades para pequenos e médios empreendedores

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Integração às redes sociais, sustentabilidade e produtos presenteáveis são pontos que devem ser considerados por empreendedores do setor de papelaria. Essas tendências ocuparam os estandes da Escolar Office Brasil, o principal evento do ramo na América Latina.

A feira, realizada no início de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, contou com mais de 280 marcas e uma horda de influenciadores, passeando pelos corredores ou apresentando palestras.

Os influenciadores cedem a imagem para ser usada em produtos e trabalham para promovê-los. "Essas parcerias são cuidadosamente planejadas", afirma Izabelle Cangussu, executiva de marketing da Animativa, especializada em cadernos, agendas e canetas. A empresa passa por um rebranding (reposicionamento de marca), após ser chamada de SD por mais de 20 anos.

Para isso, a principal investida são conteúdos para e com as redes sociais. "O resultado são produtos únicos, que não apenas atendem às expectativas dos nossos consumidores, mas também criam uma conexão emocional com a marca", continua Izabelle.

Escolar Office Brasil, a maior feira de papelaria da América Latina, que aconteceu no Expo Center Norte, zona norte da capital - Folhapress

As colaborações são recentes, mas já representam 5% do portfólio da Animativa. Entre os parceiros, nomes como Natan Lopes e Manual do Mundo se destacam, com 20 milhões e 18 milhões de inscritos no YouTube, respectivamente.

A Caderno Inteligente, que produz uma espécie de fichário customizável de mesmo nome, também surfa na onda. Além de fazer sucesso em sua própria rede social –mais de meio milhão de seguidores no TikTok e Instagram –ela levou para a feira dois "collabs" que exploram essa ponte com o mundo virtual.

O primeiro estampa o nome da influencer e maquiadora Bruna Tavares e tem até face chart (desenho de um rosto para treinar maquiagem). Já o segundo apela para o luxo: um caderno cravejado com cristais Swarovski, em pré-venda, com modelos que chegam a custar R$ 589,90.

"A partir do momento em que conseguimos engajar o consumidor, o nosso varejista começa a pedir mais, e o mercado se abastece com nossos produtos. Vira um objeto de desejo", diz Cristiane Ribeiro, sócia da empresa.

Essa mesma força de atração dá fôlego a outro movimento no setor, que investe em itens presenteáveis –mais caros e, teoricamente, duráveis. Na vanguarda está a papelaria fina, com cadernos encadernados em couro e outros acabamentos sofisticados, e a fofa, que traz produtos coloridos e designs únicos.

"O licenciamento é importante, mas não imperativo como antes. O consumidor, hoje, tem um senso muito claro de custo-beneficio, logo a qualidade de uma mercadoria é mais reconhecida", explica Alexandre Benedek, dono da varejista Sestini, de mochilas escolares. Isso é atestado pelos picos de venda, que agora acontecem no pré-natal, e não mais na volta às aulas.

"O lojista tem que parar de olhar só para o passado. Se há queda nas vendas, ele tem que buscar novas receitas, produtos e personagens. Temos que estar abertos às novidades e à estabilidade da marca ao longo prazo."

De olho no meio ambiente

A durabilidade da papelaria também pode estancar o desperdício. Apesar de não encabeçar os setores mais poluentes, a indústria da celulose enfrenta desafios ambientais, como o consumo intensivo de água, energia, madeira e a geração de resíduos químicos no processo de produção. Para produzir uma folha de papel no tamanho A4, por exemplo, são necessários dez litros de água.

Na feira, produtos que privilegiam a redução das emissões de carbono e do uso de plástico ganham a preferência do público. Para economizar papel, a Grow diminuiu os manuais e implementou QR codes com dicas e aulas para seus jogos. A DAC exibiu suas pastas biodegradáveis, derivadas da farinha de mandioca, resultando na decomposição em até cinco anos.

A Jandaia, maior fabricante de papel reciclado no Brasil, apresentou uma linha de cadernos com miolos feitos inteiramente a partir de material de reúso. Isso corta 30% do volume de água utilizada durante a produção, segundo estudo feito pela Universidade Federal de Santa Catarina.

"Em dois produtos similares, o consumidor leva aquele que tiver um selo sustentável", diz Rodrigo Ebert Harsteln, CEO da Xalingo, que, além de produzir todos seus brinquedos com madeira reflorestada, usa energia de fontes limpas. "O mercado exige isso, além da nossa própria consciência ecológica."

Aproximadamente 25% das empresas brasileiras de papelaria têm certificação FSC, garantindo que os produtos de papel e papelão vêm de florestas com manejo florestal responsável. O número cai para 15% ao considerar aquelas com certificação ISO 14001, que estabelece um sistema de gestão ambiental eficaz.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas