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Exército turco inicia ofensiva terrestre na região síria de Afrin

Crédito: Bulent Kilic/AFP Ofensiva contra YPG na região da fronteira entre Síria e Turquia

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O Exército turco realizou neste domingo (21) uma incursão terrestre em região curda no norte da Síria e atacou milícias curdas apoiadas pelos EUA, no segundo dia de uma campanha que abriu um novo front na guerra civil da Síria.

A artilharia turca bombardeou posições da milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG), enquanto foguetes disparados do território sírio atingiram duas cidades turcas na fronteira, Kilis e Reyhanli, causando pelo menos uma morte e ferindo mais de 50 pessoas.

A Turquia iniciou a chamada Operação Ramo de Oliveira no sábado (20) contra as YPG, que considera terroristas, no território de Afrin.

O governo americano disse estar preocupado com a situação, mas afirmou que seu apoio à YPG se limite ao combate do Estado Islâmico. A Rússia retirou suas tropas de Afrin e liberou o espaço aéreo, afirmando estar preocupada, mas dizendo que não vai interferir.

A França pediu uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU para tratar da situação.

"Nossos aviões decolaram e começaram a bombardear. E agora a operação terrestre está acontecendo. Estamos vendo como as YPG estão fugindo em Afrin", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. "Vamos caçá-los. Se Deus quiser, vamos completar essa preocupação muito rapidamente."

"A operação se desenvolve como previsto, a ofensiva terrestre começou", afirmou o Exército turco em um comunicado, acrescentando que 153 objetivos (esconderijos de armas) foram alcançados.

Segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), 18 pessoas, a maioria civis, morreram nos bombardeios desde o início da operação. Ancara afirma que só atingiu alvos "terroristas" e acusa as YPG de "propaganda".

A Turquia, que apoia as forças rebeldes Exército Livre da Síria no norte do país, quer criar uma "zona segura" de 30 km na região, disse o premiê turco, Binali Yildirim.

Erdogan ataca as YPG em um momento em que suas relações com Washington estão fragilizadas. Ele ficou especialmente irritado com a declaração de militares americanos de que os EUA ajudariam a formar um novo Exército de fronteira com as Forças Democráticas Sírias (SDS, na sigla em inglês), lideradas pelos curdos.

"Instamos a Turquia manter suas operações militares limitadas em escopo e duração para evitar a morte de civis", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado Heather Nauert.

O secretário da Defesa, Jim Mattis, confirmou ter sido alertado pela Turquia antes da operação.

Erdogan afirmou esperar que a operação em Afrin seja concluída "em pouco tempo". Mas ele advertiu que qualquer um que se manifestar contra a ofensiva "pagará um alto preço".

"Saibam que, se vocês forem às ruas para protestar, as autoridades estarão muito atentas", disse Erdogan, referindo-se a apoiadores da oposição curda na Turquia.

Cerca de 25 mil rebeldes do Exército Livre da Síria juntaram-se aos soldados turcos no norte da Síria para recapturar cidades e vilarejos sob controle da YPG.

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