Erdogan anuncia antecipação das eleições na Turquia
Prevista para novembro de 2019, votação vai acontecer em junho de 2018
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O presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou nesta quarta-feira (18) a convocação de eleições antecipadas para legislativo e executivo em 24 de junho, cerca de um ano e meio antes da data prevista.
Ele disse que o objetivo da decisão é antecipar a mudança do sistema político no país, que deverá passar do parlamentarismo —no qual o chefe de governo é o primeiro-ministro escolhido pelo legislativo— para o presidencialismo, no qual o presidente concentra o poder.
A alteração, idealizada pelo próprio Erdogan, foi aprovada por uma pequena margem em um referendo no ano passado, mas só vai entrar em vigor a partir da próxima eleição, que estava prevista para novembro de 2019.
Erdogan disse que autorizou a mudança após se encontrar com Devlet Bahceli, líder do partido nacionalista MHP, que na terça (17) defendeu a mudança.
A sugestão pegou diversos políticos de surpresa, incluindo aliados do presidente, uma vez que o próprio Erdogan já tinha afirmado em outras ocasiões que a ideia de antecipar as eleições eram apenas um boato.
"Apesar do presidente e do governo estarem trabalhando em conjunto, as doenças do velho sistema nos confrontam em todos os passos que damos", disse o presidente no discurso transmitido pela TV no qual anunciou a decisão.
"Os acontecimentos na Síria e em outros locais obrigam a uma mudança urgente para o novo sistema executivo, que possibilitará tomar as medidas necessárias para o futuro do nosso país de uma maneira mais enfática", afirmou ele.
A antecipação acontece em um momento que tropas turcas passaram a agir na região de Afrin, na vizinha Síria, para combater grupos curdos, que Ancara considera terroristas.
Erdogan e seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, de orientação islamita e conservadora) são os favoritos para vencer a disputa e devem se aliar com o nacionalista MHP.
A tendência, assim, é que ele consiga concentrar o poder. Seu governo é alvo de críticas da União Europeia e de organizações de direitos humanos, que o acusam de transformar a Turquia em uma autocracia.
A oposição pediu o o fim do estado de emergência, em vigor desde uma fracassada tentativa de golpe contra o presidente em julho de 2016, para que a eleição possa ocorrer normalmente.
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