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UE, China e Rússia acertam mecanismo para driblar sanções dos EUA ao Irã

Potências preveem usar escambo com Teerã, mas diplomatas temem avanço da punição americana

Bandeira iraniana tremula na sede da Agência Nacional de Energia Atômica em Viena, na Áustria - Leonhard Foeger - 15.jan.16/Reuters

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Nações Unidas | Reuters

As partes remanescentes do acordo nuclear com o Irã decidiram nesta segunda-feira (24) manter o comércio com Teerã apesar do ceticismo sobre se isso seria possível com a volta das sanções dos Estados Unidos ao país, prevista para novembro.

Em maio, o presidente americano, Donald Trump, decidiu abandonar o pacto e retomar as punições econômicas aos iranianos, incluindo aquelas que buscam forçar os compradores de petróleo a interromper as transações com a República Islâmica.

Em comunicado após a reunião de Reino Unido, China, França, Alemanha, Rússia e Irã, o grupo se disse determinado a desenvolver mecanismos de pagamento para manter o comércio com o Irã.

“Cientes da urgência e da necessidade de resultados tangíveis, os participantes celebraram as propostas práticas para manter e desenvolver canais de pagamento notavelmente a iniciativa de estabelecer uma Sociedade de Propósito Específico para facilitar os pagamentos relacionados às exportações iranianas, incluindo petróleo”.

Diplomatas europeus afirmam que a ideia seria criar um sistema de escambo, similar ao usado pela União Soviética durante a Guerra Fria para trocar o petróleo iraniano por mercadorias europeias, sem haver troca de dinheiro.

A ideia é driblar as sanções que preveem a retirada do sistema financeiro americano de qualquer instituição que facilite as transações de petróleo com o Irã.

Em entrevista após a reunião, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse que a decisão de estabelecer esse tipo de sociedade já foi tomada e que os especialistas técnicos vão se encontrar nos próximos dias para acertar os detalhes.

“Na prática significa que os Estados-membros da UE vão lançar uma entidade legal para facilitar transações financeiras legais com o Irã e isso permitirá que as companhias europeias continuem a fazer comércio com o Irã de acordo com as leis da UE e pode ser aberto a qualquer outro parceiro mundial.”

Diplomatas e analistas, porém, duvidam de que os EUA não possam impedir esse tipo de transações de escambo por meio de uma emenda às atuais sanções econômicas.

Até agora a União Europeia não conseguiu desenvolver um sistema eficiente para evitar que suas empresas sejam alvo das sanções americanas por manter negócios com Teerã.

Um exemplo dessa dificuldade é o fato de que o banco estatal francês BPI abandonou um plano para ajudar as empresas do país a manter o comércio com o Irã.

A chave do acordo nuclear de 2015, negociado por dois anos pelo governo do democrata Barack Obama, era que o Irã reduzisse sua atividade atômica em troca do relaxamento das sanções que prejudicaram sua economia.

Trump considera o pacto leve por não incluir o programa de mísseis balísticos iranianos e o apoio da República Islâmica a aliados em conflitos na Síria, no Iêmen, no Líbano e no Iraque. 

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