Bolsonaro prioriza relação com os EUA, diz ex-embaixador americano
Thomas Shannon afirma que seria 'avanço importante' transferência de embaixada para Jerusalém
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Se o Brasil seguir mesmo os Estados Unidos e mudar sua embaixada em Israel para Jerusalém, Donald Trump só tem a agradecer.
É a opinião de Thomas Shannon, embaixador americano no Brasil de 2010 a 2013 e detentor do terceiro mais alto cargo do Departamento de Estado dos EUA até o início deste ano.
“Obviamente, para o governo Trump, seria um avanço muito importante”, disse Shannon após o debate “Democracias Turbulentas e seus Impactos no Sistema Internacional”, sediado nesta quinta-feira (29) na Fundação FHC, com presença do ex-presidente. Atualmente, só EUA e Guatemala mantêm suas sedes diplomáticas fora de Tel Aviv.
O ex-embaixador também afirmou que a indicação do diplomata Ernesto Araújo para o Ministério das Relações Exteriores tem tudo para ser vantajosa para seu país natal.
A Folha o questionou sobre as visões antiglobalistas do futuro chanceler do Brasil. “Não vou comentar exceto que, do ponto de vista de Washington, é um sinal claro de que Bolsonaro prioriza relações com os EUA, e isso não pode ser ruim.”
Indicação pessoal de Olavo de Carvalho, pensador conservador e um dos gurus do bolsonarismo, Araújo já chamou o PT de Partido Terrorista e escreveu que "o globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural", um "sistema anticristão".
Questionado sobre as pautas do futuro ministro, Shannon simulou que fechava a boca com um zíper. Nada tem a dizer sobre o tema, exceto: “Ernesto falou, Ernesto explicou”.
Araújo, “como Trump”, desacredita no aquecimento global. Minutos antes, Shannon havia elogiado o Acordo de Paris, visto com desconfiança por Trump e Bolsonaro.
O ex-embaixador se limitou a afirmar que Araújo é um bom profissional. O novo ministro é diplomata e serviu entre 2010 e 2015 na Embaixada do Brasil em Washington e antes de ser nomeado tinha o cargo de diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos.
Shannon evitou comentar as credenciais direitistas do presidente eleito do Brasil. O encontro de um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro, com o ideólogo da extrema direita Steve Bannon, para ele, faz sentido porque “Bannon é uma celebridade, é como visitar uma estrela de cinema”.
A reunião nesta quinta entre Bolsonaro e John Bolton, assessor de Segurança Nacional de Trump, também é um movimento interessante, avalia. “Isso é ótimo, há afinidade política entre Trump e Bolsonaro.”
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