Embaixador do papa na França é alvo de segunda denúncia de assédio sexual
Bispo Luigi Ventura é acusado de apalpar as nádegas de dois funcionários municipais
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Uma segunda denúncia por assédio sexual foi apresentada nesta segunda-feira (18) contra o núncio apostólico do Vaticano na França, monsenhor Luigi Ventura. A informação é de uma fonte da prefeitura de Paris.
A Procuradoria da capital francesa abriu uma investigação contra o bispo de 74 anos, depois que um funcionário municipal alegou que Ventura o assediou durante uma cerimônia no Ano Novo. A nova vítima, segundo uma fonte que não quis se identificar, é outro funcionário municipal.
O caso teria ocorrido durante a cerimônia de Ano Novo em 2018. A acusação é de que o bispo teria apalpado as nádegas dos dois funcionários, num intervalo de um ano entre uma agressão e outra.
"Eu estava na primeira fila, a dois metros de Anne Hidalgo [prefeita de Paris], quando uma pessoa se aproximou pela esquerda. Estava ocupado, trabalhando, então não me virei. Ele colocou a mão esquerda no meu ombro e com a mão direita apertou minhas nádegas (...) com um sorriso descontraído, como se fosse algo normal. Congelei, estávamos em plena cerimônia, saí dali", relatou o homem, que não quis ter a identidade revelada, ao jornal francês Le Monde.
"Na época, o fato não foi denunciado", segundo a fonte da prefeitura. "Já não trabalha para nós, mas nos escreveu um e-mail para nos contar o que aconteceu e nos dizer que apresentou uma denúncia contra o bispo."
Após a revelação do caso, que vem à tona num momento em que a Igreja Católica enfrenta em diversos países vários escândalos de abuso sexual, o jornal católico francês La Croix diz que recolheu testemunhos de outras supostas vítimas de Ventura. Todos alegam ter vivido experiências semelhantes.
Ventura é o representante diplomático da Santa Sé na França desde 2009. Antes disso, foi padre no Brasil, Bolívia e do Reino Unido. Mais tarde, serviu como núncio apostólico na Costa do Marfim, no Burkina Faso, no Níger e no Chile.
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