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China responde Eduardo e diz que quem ataca povo chinês dá 'tiro no pé'

Declarações de deputado sobre responsabilidade da China na pandemia abriram crise diplomática

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Brasília

A embaixada da China no Brasil voltou a criticar nesta quinta-feira (19) o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e disse que "quem insiste em atacar e humilhar o povo chinês acaba dando um tiro no seu próprio pé".

"São absurdas e preconceituosas as suas palavras, além de ser irresponsáveis. Não vale a pena refutá-las. Aconselhamos que busque informações científicas e confiáveis nas fontes sérias, como a OMS, úteis para ampliar a sua visão", escreveu no Twitter a missão diplomática.

"Os seus argumentos mostram que você não está arrependido pela sua atitude, tampouco ciente dos seus erros. Ao continuar a optar por ficar no lado oposto ao povo chinês, está indo cada vez mais longe no caminho errado", acrescentou.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro durante sessão parlamentar - Gilmar Felix - 10.mar.2020/Camara dos Deputados

A embaixada também publicou uma nota oficial sobre o caso, dizendo que o país não aceitou a gestão feita pelo chanceler Ernesto Araújo para tentar resolver a crise.

"O deputado Eduardo Bolsonaro tem que pedir desculpa ao povo chinês pela sua provocação flagrante", diz o texto.

"Temos a certeza de que o Itamaraty certamente vai levar em consideração o quadro geral das relações sino-brasileiras e envidar esforço junto conosco para salvaguardar o ambiente favorável do nosso relacionamento."

Desde a quarta (18), Eduardo e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, têm protagonizado uma troca de acusações nas redes sociais, após o filho do presidente Jair Bolsonaro escrever em suas redes que o governo chinês é culpado pela pandemia de Covid-19.

Como resposta, as autoridades chinesas classificaram na quarta como “insulto maléfico” as declarações do deputado e disseram que ele voltou com um “vírus mental” da viagem aos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente dos EUA, Donald Trump, em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida.

O incidente diplomático aberto por Eduardo fez com que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pedissem desculpas pela fala do parlamentar.

O chanceler Ernesto Araújo, por sua vez, disse que as falas de Eduardo não refletem a opinião do governo brasileiro. O ministro, no entanto, cobrou um pedido de retratação por parte de Yang pelo que chamou de ofensas ao presidente Bolsonaro.

Em resposta, Eduardo disse nesta quinta que nunca quis ofender o povo chinês, mas manteve as críticas ao regime e afirmou que o embaixador não rebateu seus argumentos.

"Não identifiquei qualquer desconstrução dos meus argumentos por parte do embaixador chinês no Brasil. Este apenas demonstrou irritação com meu post e direcionou erroneamente suas energias no compartilhamento de posts ofensivos à honra de minha família —este sim um fato grave e desproporcional."

As novas declarações do deputado federal foi o que provocou a nova leva de respostas da embaixada da China na noite desta quinta, no Twitter.

"Sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro, o Brasil está combatendo a epidemia do coronavírus. Como deputado federal, ao invés de contribuir devidamente para esse combate, você tem gastado tempo e energia para atacar deliberadamente a China e espalhar boatos", publicou a representação diplomática.

"Você afirma que foi eleito pelo povo, mas fica a pergunta: será que está cumprindo os seus deveres como deputado? Será que merece a confiança daqueles que votaram em si?"

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