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Ex-prefeita de Berlim é agredida na cabeça durante evento na capital alemã

Chanceler Olaf Scholz fala em 'ato covarde'; episódio engrossa lista de ataques recentes a políticos

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Berlim | Reuters

A ex-prefeita de Berlim Franziska Giffey foi atacada em um evento numa biblioteca da capital alemã, na terça-feira (7), por um homem que se aproximou por trás dela e a atingiu na cabeça com uma bolsa contendo um objeto duro e pesado, disse a polícia.

Giffey, atualmente secretária de Economia e Energia de Berlim, ficou levemente ferida e foi levada ao hospital por um curto período e teve alta. O suspeito de 74 anos foi detido, e a polícia fez buscas em sua casa.

O homem que feriu Giffey já era conhecido pela polícia por crimes de ódio e incidentes não especificados contra a segurança do Estado. Ele teria problemas de saúde mental, segundo as autoridades policiais.

A ex-prefeita de Berlim Franziska Giffey, uma mulher branca, de cabelo curto e loiro, veste saia e blaser; ela fala com jornalistas, que a rodeiam com seus microfones
A ex-prefeita de Berlim Franziska Giffey fala com jornalistas durante evento para promover energia solar, na quarta-feira (8), em Berlim, um dia depois de ser atacada com um golpe na cabeça - Michele Tantussi/AFP

Nesta quarta-feira (8), o chanceler Olaf Scholz condenou o que chamou de "ato covarde" contra a sua colega do SPD (Partido Social-Democrata). Este é o mais recente caso de uma série de ataques a políticos em um clima polarizado às vésperas das eleições para o Parlamento Europeu, em junho.

A agressão a Giffey coincidiu com uma reunião de emergência de governos estaduais pedindo mais proteção policial para políticos. O número de agressões verbais e físicas disparou antes das eleições europeias e locais deste ano.

"Os ataques a Franziska Giffey e a outros políticos são ultrajantes e covardes", disse Scholz. "A violência não pertence a um debate democrático. Pessoas decentes e razoáveis estão claramente contra isso, e elas são a maioria!" disse ele no X.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que estava na capital alemã participando de um evento partidário, disse que os criminosos precisam ser responsabilizados. "Devemos proteger todos aqueles que defendem nossa sociedade democrática e nosso país de ataques, não importa a qual partido pertençam", disse ela. "Se essas pessoas não estiverem seguras, então nossa democracia também não estará segura."

No mesmo dia, em um incidente separado, duas pessoas foram presas na cidade de Dresden (leste) suspeitas de empurrar e cuspir em um membro do Partido Verde de 28 anos enquanto ele colava cartazes de campanha. A vítima teve ferimentos leves.

Pouco antes, os dois suspeitos foram vistos gritando saudações nazistas, disse a polícia. Um vídeo da emissora Deutsche Welle, que registrou o incidente, mostra duas pessoas confrontando membros dos Verdes.

Dias antes, Matthias Ecke, 41, integrante do SPD, foi espancado com chutes e socos, também enquanto colava cartazes em Dresden, segundo a polícia. Ele teve de ser operado.

As autoridades suspeitam que os agressores tenham sido os mesmos do episódio contra o filiado dos Verdes, já que os crimes aconteceram na mesma região.

Os ataques a políticos dobraram na Alemanha desde as eleições para o Parlamento Europeu de 2019, de acordo com dados do governo publicados em janeiro. O número aumentou 53% somente em 2023, na comparação com 2022.

Autoridades atribuem esse fenômeno ao crescimento do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão), que poderia vencer em três estados nas eleições regionais.

Após o ataque a Ecke no fim de semana, o primeiro-ministro da Saxônia (onde fica Dresden), Michael Kretschmer, conservador, disse que tal agressão e tentativas de intimidação lembravam a era mais sombria da história alemã, uma referência ao domínio nazista.

A colíder da AfD, Alice Weidel, disse que tentativas de usar o ataque a Ecke para ganhos políticos eram "vis e irresponsáveis".

Os últimos incidentes coincidem com o julgamento de 27 pessoas por um suposto plano do grupo de extrema-direita Reichsbürger de derrubar o governo e instalar um regime militar.

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