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Morre aos 84 Ricardo Alarcón, por anos o 3º homem mais poderoso de Cuba

Ex-chanceler da ilha teve papel de destaque nas relações com os EUA ao negociar acordos

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Havana | Reuters

Ricardo Alarcón, um dos homens mais poderosos durante o governo de Fidel Castro e uma peça importante nas relações com os EUA, morreu em Havana na noite de sábado (30), anunciou sua família.

O ex-diplomata foi um dos arquitetos do primeiro diálogo migratório entre Washington e Havana em 1978, quando as negociações começaram com um grupo de representantes da comunidade cubana nos EUA.

O ex-presidente da Assembleia Nacional de Cuba Ricardo Alarcón, vestido com uma guayabera, gesticula durante reunião em Havana - Desmond Boylan - 1º.ago.10/Reuters

Por isso, Alarcón teve papel crucial no acordo com os americanos para colocar um fim ao êxodo massivo de cubanos pelo mar em 1994 e foi protagonista ao conseguir o retorno a Cuba de Elián Gonzalez, à época com sete anos. Ele, que sobreviveu a um naufrágio, estava com parentes em Miami e voltou em 2000.

Fumante de charutos e bebedor de rum, sempre vestido com uma guayabera, em certo momento Alarcón virou o terceiro homem mais poderoso do Partido Comunista, depois de Fidel e Raúl Castro.

Foi, ainda, chanceler em 1992 e 1993 e, em seguida, serviu como presidente da Assembleia Nacional por 20 anos, até ser retirado do cargo e da liderança da ditadura. Nenhuma razão foi dada para sua queda, ainda que seu aliado mais próximo, Miguel Álvarez, tenha sido preso no ano anterior por espionagem para os EUA, e o procedimento em casos do tipo é considerar todos os contatos da pessoa comprometidos.

Mesmo assim, Alarcón seguiu como um membro leal da Revolução Cubana. "Para Ricardo Alarcón de Quesada, o mestre dos diplomatas da nossa geração, por quem sempre teremos profundo respeito, admiração e infinito afeto", escreveu no Twitter neste domingo (1º) Josefina Videl, vice-chanceler e líder cubana nas negociações com o governo do ex-presidente americano Barack Obama.

Alarcón, nascido em 21 de maio de 1937, desde cedo participou do movimento 26 de Julho, organização revolucionária que tirou do poder o ditador Fulgencio Batista, apoiado pelos EUA, em 1959.

O ex-diplomata também atuou como líder da Federação de Estudantes Universitários e, depois, da União dos Jovens Comunistas, braço jovem do Partido Comunista de Cuba. Durante os anos em que comandou o Parlamento, Alarcón teve papel importante na campanha da ilha pela libertação de cinco agentes da inteligência de Cuba que haviam sido condenados a longas penas de prisão nos EUA por espionagem.

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