Coreia do Norte faz teste de míssil dias antes de viagem de Kamala Harris à região
Disparo também antecede exercícios militares que buscam demonstrar força da aliança entre Washington e Seul
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A Coreia do Norte disparou um míssil balístico de curta distância ao largo da sua costa leste neste domingo (25) —noite de sábado em Brasília—, informaram as Forças Armadas de Seul. O lançamento se deu de uma região próxima à capital, Pyongyang, em direção ao mar do Japão, pouco antes das 7h.
O Ministério da Defesa japonês afirmou que o objeto caiu fora dos limites do território nacional e que não houve relatos de que ele tenha impactado o tráfego marítimo ou aéreo.
O lançamento sucede a chegada de um porta-aviões americano à Coreia do Sul, a ser usado em exercícios militares conjuntos, e ocorre dias antes da viagem da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, à região.
Este foi o 19º teste de míssil da Coreia do Norte neste ano, um recorde. EUA e Coreia do Sul têm emitido alertas de que os ensaios são um indício de preparação para o sétimo teste nuclear de sua história.
Seul divulgou uma nota condenando o lançamento, descrito como "ato grave de provocação". Reunido em caráter de emergência, o Conselho de Segurança Nacional afirmou que a ação é uma possível violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU —o líder norte-coreano, Kim Jong-un, argumenta que as determinações ferem o princípio de soberania, que garante o direito de autodefesa de seu território.
Já Tóquio afirmou ter enviado uma mensagem de repúdio à embaixada do regime do Norte em Pequim.
Os treinos conjuntos que Washington e Seul realizam nos próximos dias buscam demonstrar a força de sua aliança diante do ditador do país vizinho. As nações vinham reduzindo a frequência de exercícios nos últimos anos, devido à pandemia de coronavírus e também como forma de diminuir as tensões locais —os treinos são vistos por Pyongyang como um ensaio para a invasão de suas fronteiras.
A exibição de agora, a primeira em quatro anos, marca uma nova etapa da política externa americana, que tenta estabelecer mais ativos estratégicos na região. O porta-aviões chegou à Coreia do Sul na sexta, na cidade de Busan. Um comandante do grupo de ataque afirmou à agência de notícias Reuters que a visita buscava estreitar as relações entre as marinhas dos dois países e aumentar sua interoperabilidade.
Questionado sobre possíveis reações, respondeu que a mensagem dos exercícios visava "aos diplomatas", mas acrescentou que eles mostrariam que os aliados são capazes de responder a qualquer ameaça.
Na véspera, a agência Yonhap noticiou que Kim se preparava para lançar um míssil balístico submarino.
O ditador afirmou no final de julho que estava "pronto para mobilizar" sua dissuasão nuclear diante de possíveis confrontos militares com Washington e Seul. O enfrentamento com os EUA, disse ele na ocasião, representa ameaças nucleares desde o conflito da década de 1950 e exige que o Norte realize uma "tarefa histórica urgente" para reforçar sua autodefesa.
Kim ainda criticou o presidente sul-coreano, prometendo ser mais duro com o vizinho.
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