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Descrição de chapéu mudança climática

Ciclone deixa ao menos 3 mortos na Nova Zelândia, e governo decreta estado de emergência

Premiê afirma que evento extremo é o pior registrado neste século; tempestade leva a inundações e deslizamentos

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Wellington | Reuters

A Nova Zelândia decretou estado de emergência nesta terça (14) pela terceira vez em sua história após um ciclone causar destruição no norte do país, no pior evento climático deste século, segundo o premiê Chris Hipkins. Ao menos três pessoas morreram, e cerca de 2.500 pessoas foram deslocadas.

Os números devem aumentar à medida que áreas ainda inacessíveis e sem comunicação são contatadas.

"A gravidade e a extensão dos danos do ciclone Gabrielle não foram vistos nem experimentados em uma geração", afirmou Hipkins. "Ainda estamos compreendendo os efeitos, mas sabemos que o impacto é significativo e generalizado." Austrália e Reino Unido ofereceram ajuda.

Inundações causadas pelo ciclone Gabrielle em Awatoto, na Nova Zelândia - AFP

Ainda não há o número de pessoas feridas e de casas destruídas, situação manifestada na declaração do primeiro-ministro, para quem "vai levar um tempo para saber o que exatamente aconteceu". "Muitas famílias foram deslocadas, há muitas casas sem energia elétrica e grandes danos em todo o país."

As duas outras vezes em que o estado de emergência entrou em vigor foram no terremoto de magnitude 6,3 que atingiu o país em 2011 e na pandemia, em 2020. A medida permite enviar recursos a toda a nação.

As partes mais afetadas estão nas regiões norte e leste da ilha norte do país, onde fica a capital, Wellington. A cidade está ao sul da ilha, onde o ciclone ainda não chegou. A expectativa é a de que a tempestade continue se movendo para o sudeste —avisos meteorológicos permanecem em alerta na costa leste da ilha norte e na parte superior da ilha sul.

Segundo a ministra de emergências do país, Kieran McAnulty, equipes de resgate tinham dificuldades para acessar várias regiões. "Solo instável, enchentes e estradas interditadas dificultam o trabalho. Opções em geral disponíveis, como helicópteros, podem não ser usadas devido à extensão da tempestade."

Em Hawke's Bay, a leste da ilha norte do país, moradores isolados nos telhados das casas não conseguiam ser alcançados por helicópteros de resgate devido ao tempo, segundo o jornal britânico The Guardian. Na mesma região, deslizamentos de terra arrastaram casas e interditaram estradas. De acordo com a mídia local, uma pessoa estava desaparecida após uma construção ser arrastada morro abaixo.

As inundações generalizadas fizeram com que autoridades esvaziassem regiões, especialmente na área litorânea, onde ondas enormes inundaram as propriedades à beira-mar. Na costa leste, um navio de guerra do país resgatou uma pessoa de um iate que estava com seu farol de emergência ligado.

Há cerca de 225 mil pessoas sem luz, e empresas de transmissão em todo o país relatam danos a subestações e redes de energia. O governo pede que a população não estoque comida, comportamento comum nesse tipo de catástrofe, embora dezenas de supermercados estejam fechados. Em áreas muito atingidas, moradores são orientados a economizar água e alimentos para evitar escassez de produtos.

Serviços de telefonia móvel estão desativados, e cancelamentos de voos deixaram milhares de pessoas presas em aeroportos. A Air New Zealand reiniciou alguns voos dentro e fora de Auckland, mas muitas de suas rotas permanecem interrompidas até agora.

"Isso é mudança climática", afirmou James Shaw, ministro da pasta sobre emergência climática. "Acho que nunca me senti tão triste ou irritado a respeito das décadas perdidas que passamos discutindo e argumentando se a mudança climática era real ou não, se era causada por humanos ou não, se era ruim ou não, se deveríamos agir ou não, porque está claramente aqui e agora. Se não agirmos, vai ficar pior."

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