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Juiz da Suprema Corte dos EUA vendeu imóveis não declarados a magnata republicano, diz agência

Reportagem aponta nova irregularidade de Clarence Thomas após escândalo com viagens de luxo

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São Paulo

Clarence Thomas, juiz conservador da Suprema Corte dos EUA, vendeu três propriedades para Harlan Crow, magnata do setor imobiliário e doador do Partido Republicano, sem divulgá-las publicamente, segundo reportagem da ProPublica publicada nesta quinta-feira (13).

O veículo afirma, com base em documentos fiscais federais e escrituras públicas, que Crow comprou, em 2014, uma casa na qual a mãe do magistrado morava, no estado da Geórgia, além de outros dois terrenos baldios da família, por cerca de US$ 133 mil (cerca de R$ 655 mil na cotação atual).

Clarence Thomas, juiz conservador da Suprema Corte dos Estados Unidos - Oliver Douliery - 6.abr.23/AFP

Segundo a lei dos EUA, funcionários federais, incluindo os juízes da mais alta corte do país, devem divulgar detalhes de transações imobiliárias com valor superior a US$ 1.000. Só há exceções para casos em que a compra ou a venda envolvam diretamente a residência pessoal do servidor ou de seu cônjuge.

As novas denúncias repercutiram na imprensa americana, mas Thomas não se pronunciou. Já Crow disse ao New York Times que a compra dos imóveis fazia parte de seu "compromisso mais amplo com a preservação histórica e com a educação americana". "Minha intenção é um dia criar um museu público na casa de Thomas dedicado a contar a história do segundo juiz negro da Suprema Corte de nosso país."

Esta não é a primeira revelação de presentes de Harlan Crow recebidos por Thomas, mas, segundo a ProPublica, a negociação é a primeira evidência pública de uma transação direta entre os dois.

A mesma agência revelou na semana passada que o magistrado passou férias repetidas vezes com o magnata, inclusive utilizando seu jato particular e superiate, nos Estados Unidos e em outros países.

O veículo disse que a frequência com a qual os presentes eram entregues "não tem precedente conhecido na história moderna da Suprema Corte dos EUA". O juiz e o doador, porém, minimizaram a importância dos favores, alegando a não obrigatoriedade de declaração das viagens.

Crow também afirmou à ProPublica em um comunicado que ele e sua esposa são amigos de Thomas e de sua esposa desde 1996 e que "nunca procuraram influenciá-lo em qualquer questão legal ou política".

A relação com Crow levanta preocupações éticas com a atuação judicial do magistrado. Relatos anteriores do envolvimento de sua esposa Virginia Thomas nos esforços para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020, juntamente com a decisão do juiz de não se recusar a participar de casos relacionados ao pleito, levantaram questões sobre sua imparcialidade.

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