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Descrição de chapéu terrorismo

Sobreviventes de atentado em show de Ariana Grande processam teórico da conspiração

Richard D. Hall alega falsamente que ataque em Manchester foi encenado e persegue vítimas em suas casas

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São Paulo

Em 2017, Martin Hibbert e sua filha, Eve, sobreviveram a um atentado ao serem atingidos por uma explosão durante um show da cantora pop Ariana Grande em Manchester, no Reino Unido.

O ataque deixou 23 mortos, incluindo o agressor, Salman Ramadan Abedi, e dezenas de feridos —entre os quais o pai e a filha, que desde então se locomovem com uma cadeira de rodas. Agora, eles processam o conspiracionista Richard D. Hall, que coloca as sequelas do ataque em dúvida e tenta provar que a ação foi forjada, na primeira ação jurídica do tipo no país.

Policiais chegam ao local do show de Ariana Grande após relatos de explosão - Joel Goodman - 22.mai.17/Xinhua/London News Pictures/Zumapress

A acusação por difamação e assédio ocorre após a emissora britânica BBC investigar o caso. Hall descreve em site e livro como persegue sobreviventes de atentados para saber se estão mentindo sobre seus ferimentos, além de ter admitido à BBC que espionou Eve. Procurado pelo canal, não se manifestou.

A reportagem levou à remoção de seu canal no YouTube, mas ele ainda vende livros e DVDs alegando que atentados como o de Manchester foram fraudados. A família quer impedir Hall de fazer esse tipo de afirmação e estabelecer um precedente no país contra esse tipo de atuação, além de uma indenização.

"Martin pode ser visto como um pioneiro", afirmou à BBC seu advogado, Neil Hudgell. Ao jornal britânico The Guardian disse que vários de seus clientes foram incomodados por Hall em suas casas. "Martin e outros estão determinados a impedir que esse indivíduo siga com seu comportamento repugnante."

Segundo a BBC, o prefeito de Manchester, Andy Burnham, teve um encontro com Hibbert para discutir a ideia de uma lei que protegeria sobreviventes de atentados contra esse tipo de assédio. "É sempre difícil mudar a lei, e isso não acontece da noite para o dia", disse o político à emissora.

Na época do show, Eve tinha 14 anos e estava a cinco metros da dupla explosão, no pior ataque a bomba no Reino Unido desde os atentados no transporte público de Londres, em 2005, que deixaram 52 mortos e mais de 700 feridos. O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a ação.

Em novembro, o teórico da conspiração americano Alex Jones foi condenado a pagar mais US$ 473 milhões (R$ 2,5 bilhões) às famílias das oito vítimas do massacre de Sandy Hook. Em outubro, a Justiça já havia determinado a indenização de US$ 965 milhões –o total agora chega a quase US$ 1,5 bilhão.

Ligado à ascensão da ultradireita nos últimos anos, Jones, 48, conquistou uma audiência de milhões de pessoas como apresentador de rádio, propagando desinformação e teorias conspiratórias pelo site Infowars e pelas redes sociais. Ele também era convidado regular de podcasts e programas no YouTube.

Ele é conhecido por alegar falsamente que o assassinato de 20 alunos e 6 educadores na escola de ensino fundamental em Connecticut foi encenado pelo governo e pelos familiares das vítimas. No massacre, ocorrido pouco antes do Natal de 2012, Adam Lanza, 20, matou ainda a própria mãe antes de se suicidar.

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