Siga a folha

Descrição de chapéu eleição na argentina

Milei mantém peronista Daniel Scioli como embaixador da Argentina no Brasil

Pré-candidato governista neste ano, diplomata foi derrotado em 2015 por Macri, aliado do presidente eleito

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Boa Vista

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta quarta-feira (29) que manterá no cargo o atual embaixador do país no Brasil, Daniel Scioli, que chegou a lançar pré-candidatura para disputar a Presidência pela coalizão governista derrotada pelo ultraliberal.

"A ideia é que continue, por enquanto, nessa tarefa", afirmou Milei em entrevista. A confirmação da medida, especulada há alguns dias, foi vista como um aceno ao governo brasileiro, que manifestou preocupação com a possível eleição de Milei em meio a discursos críticos a Lula.

Embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, em evento em que anunciou sua pré-candidatura às primárias do país - Luis Robayo - 22.jun.23/AFP

Scioli foi indicado ao cargo em Brasília pelo atual líder do país, Alberto Fernández, que é próximo de Lula, em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que trocava provocações com Fernández. O diplomata foi vice-presidente argentino durante o governo de Néstor Kirchner e governador da província de Buenos Aires.

O embaixador havia lançado sua pré-candidatura no início deste ano para concorrer nas primárias argentinas pela vaga na disputa presidencial representando o governo de Fernández —peronista e fortemente criticado por Milei mesmo antes da campanha. Scioli retirou sua pré-candidatura para apoiar Sergio Massa, derrotado no pleito pelo ultraliberal.

Milei anunciou viagens a Estados Unidos e Israel após a vitória nas eleições, preterindo o vizinho, mas enviou a chanceler escolhida para seu governo, Diana Mondino, a Brasília para se reunir com o ministro da Relações Exteriores, Mauro Vieira, em sua primeira viagem ao exterior. No encontro, avaliado por diplomatas como sinal de busca por diálogo, ela entregou carta com convite a Lula para sua posse, no dia 10 de dezembro.

A visita de Mondino, que foi mantida em segredo, é avaliada por diplomatas brasileiros e argentinos como a coroação de esforços tanto do embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, como de Scioli.

Bitelli já vinha mantendo contato com interlocutores de Milei desde a campanha, apesar de ataques feitos por ele contra o presidente brasileiro. A ideia do arranjo com a futura chanceler, por parte da diplomacia brasileira, era não perder tempo e criar condições para que a relação com o novo governo argentino fosse iniciada nos melhores termos possíveis.

Já Scioli, segundo assessores que o acompanham, teria feito um trabalho de convencimento fundamental para que Mondino visitasse o Brasil em um espaço de tempo tão curto —apenas uma semana depois da vitória de Milei. O fato de a viagem ter sido mantida em segredo foi considerado importante para o seu sucesso.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas