Siga a folha

Descrição de chapéu Folhajus

Pai da abolição da pena de morte na França entrará para o Panteão

Ex-ministro da Justiça Robert Badinter, que lutou pelo fim da guilhotina, fará parte do hall dos heróis franceses

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Robert Badinter, um dos principais responsáveis pela abolição da pena de morte na França, vai entrar para o Panteão, onde estão os restos mortais de algumas das figuras mais célebres da história do país. O anúncio foi feito pelo presidente Emmanuel Macron nesta quarta-feira (14), numa homenagem a ele na praça Vendôme, em Paris, em frente ao Ministério da Justiça.

Badinter morreu na última sexta (9), aos 95 anos. Advogado e ativista dos direitos humanos, ele introduziu grandes reformas depois que o socialista François Mitterrand, um opositor declarado da pena capital, foi eleito presidente em maio de 1981 e o nomeou ministro da Justiça.

Guardas carregam caixão com corpo de Robert Badinter, retratado na foto ao fundo, em cerimônia em Paris - Ludovic Marin /AFP

Apresentar um projeto de lei para abolir a guilhotina foi uma de suas primeiras ações ao assumir a pasta. Três pessoas foram executadas na França em 1976 e 1977, durante a Presidência do conservador Valéry Giscard d'Estaing, antecessor de Mitterrand.

Após um debate acalorado no Senado, a lei que aboliu a pena de morte para todos os crimes foi oficialmente promulgada em 9 de outubro de 1981.

"Seu nome deverá ser registrado ao lado daqueles que tanto fizeram pelo progresso humano e pela França, e que o aguardam no Panteão", disse Macron na cerimônia desta quarta. Segundo a agência de notícias AFP, haverá um evento marcando a entrada de Badinter no Panteão —a data e os detalhes estão em discussão com sua família.

A "panteonização" pode ser feita na forma de uma simples placa com o nome do falecido, de um cenotáfio —um monumento funerário que não contém o corpo— ou um enterro. Estão enterrados no Panteão, por exemplo, os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo e a cientista Marie Curie.

"Robert Badinter sempre esteve ao lado do esclarecimento. Ele foi uma figura do século, uma consciência republicana, o espírito francês", afirmou Macron no X logo após a notícia da morte.

A família de Badinter havia pedido ao partido de ultradireita Reunião Nacional e ao partido de ultraesquerda França Insubmissa para não participarem da homenagem. O primeiro concordou em não comparecer, mas o segundo enviou dois de seus deputados.

Um intelectual judeu, cujo pai morreu em um campo de concentração alemão, Badinter foi alvo de ódio da direita francesa, parte dele tingida de antissemitismo.

Em 1983, Badinter fez com que a Bolívia extraditasse Klaus Barbie, ex-chefe da polícia secreta dos nazistas, a Gestapo, para a França. Notório durante a ocupação alemã da França como o "açougueiro de Lyon", Barbie foi levado a julgamento por crimes contra a humanidade e condenado à prisão perpétua em um caso emblemático que viu as vítimas do Holocausto testemunharem pela primeira vez no país.

Com AFP

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas