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Descrição de chapéu The New York Times

Entenda por que Obama não endossou Kamala ao saudar decisão de Biden

Ex-presidente quer ajudar a unir partido assim que novo candidato for escolhido, dizem pessoas próximas

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Glenn Thrush
The New York Times

Muitos dos principais políticos democratas endossaram a candidatura à Presidência dos Estados Unidos da atual vice, Kamala Harris, já no domingo (21), após o presidente Joe Biden anunciar que havia desistido da corrida pela Casa Branca.

Mas uma presença imponente no partido estava visível e propositadamente ausente entre esses nomes: Barack Obama.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o ex-presidente Barack Obama em evento de arrecadação de fundos para a campanha de reeleição, em Los Angeles - The New York Times

O ex-presidente ainda não apoiou publicamente Kamala. Na verdade, ele não a mencionou nenhuma vez no tributo afetuoso e cuidadosamente escrito a Biden publicado em sua conta no Medium logo após o presidente afirmar que não tentaria uma reeleição.

"Joe Biden tem sido um dos presidentes mais influentes da América, além de um querido amigo e parceiro para mim", escreveu Obama. O ex-presidente escolheu Biden como vice em 2008 porque queria um companheiro de chapa mais velho, mais experiente, com "cabelos grisalhos" e ambições presidenciais futuras limitadas, disse ele na época.

"Navegaremos por águas desconhecidas nos próximos dias", escreveu Obama na publicação. "Mas tenho uma confiança extraordinária de que os líderes do nosso partido serão capazes de criar um processo do qual surgirá um candidato excelente."

Republicanos interpretaram isso como um desprezo. Mas pessoas próximas a Obama, que se posiciona como um estadista imparcial acima de esquemas partidários, disseram para não dar muita importância a isso —e afirmaram que ele não tinha nenhum candidato alternativo em mente quando decidiu não endossar Kamala imediatamente.

Obama adotou uma postura idêntica há quatro anos, quando os assessores de Biden o pressionaram por apoio nas primárias democratas antes que Bernie Sanders desistisse. A frase favorita de Obama na época era "Eu não quero influenciar a balança".

Segundo pessoas próximas a Obama, endossar muito cedo agora também seria um erro político —alimentaria críticas de que a indicação de Kamala, caso aconteça, foi uma coroação em vez de um consenso possível já feito sob circunstâncias apressadas, já que as eleições são em novembro.

Em vez disso, Obama vê seu papel como o de ajudar a unir o partido rapidamente, assim que tiverem um candidato, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.

Há, no entanto, outras considerações pessoais que deixam mais visíveis a típica cautela de Obama.

Biden é um homem profundamente orgulhoso, e ele nunca perdoou completamente Obama por apoiar silenciosamente a ex-secretária de Estado Hillary Clinton na campanha de 2016. O atual presidente ainda acredita que poderia ter vencido o republicano Donald Trump naquele ano se tivesse tido a chance.

Biden também não ficou satisfeito quando Obama lhe aconselhou a considerar ficar de fora em 2020, disseram pessoas de seu círculo.

Obama queria que o domingo fosse sobre Biden, uma celebração de suas conquistas —e não se sente pressionado a agir precipitadamente, de acordo com um ex-funcionário da Casa Branca que fala regularmente com o ex-presidente.

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