Siga a folha

Marido de Kamala anuncia que EUA doarão R$ 12 milhões para combater antissemitismo

Doug Emhoff, que é judeu, divulgou aporte à Unesco em evento na sede da organização da ONU em Paris

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Paris

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (8) a doação de US$ 2,2 milhões (R$ 12,3 milhões) à Unesco, organização para a educação, ciência e cultura da ONU, para auxiliar a luta contra o antissemitismo.

O responsável pelo anúncio foi Douglas Emhoff, marido da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris —atualmente em campanha para disputar a Presidência pelo Partido Democrata nas eleições de novembro.

Doug Emhoff, marido da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, participa de evento sobre combate ao antissemitismo por meio da educação na sede da Unesco, em Paris - AFP

Emhoff, um advogado do ramo do entretenimento de 59 anos, é judeu. Ele mencionou sua religião ao divulgar o aporte, durante um encontro com jornalistas na sede da Unesco, em Paris.

"A questão do antissemitismo e do ódio é algo muito pessoal para mim, que sou uma pessoa judia", disse. "Vemos um aumento do antissemitismo [...] em todos os lugares. Nas ruas, nos locais de culto, nas universidades, nos mercados e na internet."

A Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) registrou 8.873 casos de assédio, vandalismo e agressões de teor antissemita nos EUA em 2023, um aumento de 140% em relação ao ano anterior.

A alta ocorreu sobretudo a partir da incursão do Hamas a Israel em 7 de outubro passado. Na data, terroristas assassinaram cerca de 1.200 pessoas e fizeram outras 240 de reféns. Quase um terço de todas as denúncias de 2023, ou 3.283, foram registradas após esse mega-ataque.

Os milhões oferecidos pelos EUA serão investidos na formação de professores do ensino fundamental e na prevenção do antissemitismo nas escolas.

Washington é há décadas o principal aliado externo de Tel Aviv. A manutenção desse apoio em meio ao avanço do Exército israelense sobre a Faixa de Gaza tem, contudo, provocado indignação em uma parcela dos jovens americanos, grupo demográfico que costuma votar no Partido Democrata.

Os jovens, muitos deles universitários, acusam Tel Aviv de estar promovendo um massacre no território —autoridades de Gaza ligadas ao Hamas afirmam que os enfrentamentos já deixaram cerca de 40 mil palestinos mortos.

De olho nesses eleitores jovens, Kamala buscou exibir uma posição mais dura do que a do presidente, Joe Biden, no que se refere a Israel ao se reunir com o primeiro-ministro do Estado judeu, Binyamin Netanyahu, no mês passado. Após o encontro, ela disse à imprensa que "não se calaria" diante do sofrimento palestino, uma declaração que teria incomodado o premiê israelense de acordo com relatos dos bastidores. O fato de Emhoff ser judeu tem potencial para complicar essa estratégia da democrata.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas