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Premiê alemão pede que partidos não façam aliança com extrema direita após eleições regionais

Olaf Scholz afirma que Alemanha não pode e não deve se acostumar com a ascensão de siglas como a AfD, apontada como vitoriosa no pleito da Turíngia

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Berlim | Reuters

O premiê alemão, Olaf Scholz, chamou de amargos os resultados de duas eleições regionais realizadas neste domingo (1º) —com vitória da AfD (Alternativa para a Alemanha) em uma delas e perdas para sua coalizão. Ele instou os partidos tradicionais a formarem governos sem a extrema direita.

"Os resultados para a AfD na Saxônia e na Turíngia são preocupantes", disse Scholz em comunicado à Reuters. Ele esclareceu que estava falando como legislador por sua sigla de centro-esquerda, o SPD.

"Nosso país não pode e não deve se acostumar com isso. A AfD está prejudicando a Alemanha. Está enfraquecendo a economia, dividindo a sociedade e arruinando a reputação de nosso país."

A AfD se tornou o primeiro partido dessa corrente política a vencer uma eleição para um Parlamento estadual na Alemanha desde o fim da era nazista, com seu resultado na votação do fim de semana na Turíngia. Na vizinha Saxônia, ficou em segundo lugar, apenas 1 ponto atrás dos conservadores da CDU, mostraram projeções.

Os colíderes do partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha), Alice Weidel e Tino Chrupalla, conversam após entrevista coletiva em Berlim nesta segunda-feira (2) - AFP

Apesar do triunfo, a AfD, considerada extremista de direita por autoridades de segurança em ambos os estados do leste alemão, provavelmente não será capaz de governar, já que outros partidos até agora se recusaram a colaborar com ela para formar uma maioria.

"Estamos prontos para assumir responsabilidade de governo", disse o líder do partido na Turíngia, Björn Höcke, segundo a mídia local.

Ainda assim, a legenda nacionalista, anti-imigração e pró-Rússia pode acabar com assentos suficientes em ambos os estados para bloquear decisões que exijam uma maioria de dois terços, como a nomeação de juízes ou de autoridades de segurança de alto escalão, dando-lhe um poder sem precedentes.

As eleições estaduais foram amplamente consideradas um termômetro da política nacional, um ano antes do pleito para o Parlamento alemão, enquanto Scholz lidera uma coalizão em Berlim pouco popular, punida com os resultados de domingo, o que poderia agravar as disputas internas.

Todos os três partidos no poder perderam votos, com apenas o SPD ultrapassando confortavelmente o limite de 5% necessário para permanecer nos Parlamentos dos dois estados. Os Verdes e o Partido Liberal Democrático, parceiros na aliança federal, deixarão de estar representados na Turíngia e na Saxônia.

O novo partido Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), fundado por uma ex-integrante do Partido Comunista da Alemanha Oriental, teve um desempenho melhor do que todos os três parceiros da coalizão em suas primeiras eleições estaduais, ficando em terceiro lugar.

"Os resultados das eleições de domingo são amargos —também para nós", disse Scholz. O premiê ressalvou, porém, que as previsões mais pessimistas, de que o SPD poderia sair de um Parlamento estadual pela primeira vez, não se concretizaram.

Os resultados de domingo também podem pressionar o governo a ser mais rígido com imigrantes e intensificar o debate sobre o apoio à Ucrânia, questões que dominaram a campanha.

Na última quinta (29), a coalizão de Scholz apresentou um pacote legislativo no Parlamento que endurece leis de imigração, asilo e porte de armas, seis dias depois de um refugiado sírio matar três pessoas em um atentado a faca na cidade de Solingen.

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