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EUA defendem 2 assentos permanentes para africanos no Conselho de Segurança

Washington busca se aproximar do continente ao sugerir mudança na composição do órgão mais poderoso da ONU

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Nova York | Reuters

Os Estados Unidos defenderam nesta quinta-feira (12) a criação de dois assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU para países da África, e de um assento rotativo para Estados insulares em desenvolvimento do Pacífico.

A declaração foi feita pela embaixadora do país na ONU, Linda Thomas-Greenfield. Ela afirmou esperar que a expressão de apoio contribuísse para uma reforma do Conselho de Segurança, o mais poderoso órgão da entidade multilateral.

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, participa de reunião do Conselho de Segurança sobre a guerra Israel-Hamas na sede da entidade em Nova York - Reuters

O conselho, que tem poder de aplicar sanções e até mesmo ordenar intervenções militares, é composto por 15 membros. Destes, 5 têm assentos permanentes e poder de veto —além dos EUA, Rússia, China, França e Reino Unido.

Os outros 10 são eleitos pela Assembleia-Geral de acordo com a seguinte divisão geográfica: 5 países da África e da Ásia, 2 da América Latina e do Caribe, 1 da Europa Central e 2 do Leste Europeu.

As votações para esses cargos ocorrem anualmente, e nelas, os 193 países-membros da ONU elegem 5 países para integrar o conselho por mandatos de dois anos. Três países africanos compõem a atual formação do órgão: Gabão, Gana e Moçambique.

Conselho de Segurança da ONU

  • Membros permanentes

    China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia

  • Atuais membros rotativos

    Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça, Emirados Árabes Unidos

  • Países que por mais anos serviram como membros rotativos

    Japão (24); Brasil (22); Argentina (18); Índia (16) e Colômbia (14)

A proposta anunciada pelos EUA nesta quinta visa a melhorar a relação do país com as nações africanas, por um lado, e com as ilhas do Pacífico, por outro.

As primeiras têm demonstrado cada vez mais insatisfação com o apoio americano à Israel na guerra na Faixa de Gaza. Já as segundas são estratégicas para conter a influência da China naquela região.

Thomas-Greenfield esclareceu que, além de passar a defender a criação desses novos três assentos permanentes, os EUA seguem defendendo dar cadeiras permanentes para a Índia, o Japão e a Alemanha, mas se opõem à ampliação do poder de veto para além dos cinco Estados que atualmente o possuem.

A ONU discute a necessidade de reforma do Conselho de Segurança há mais de uma década —a bandeira é, aliás, histórica para a diplomacia brasileira.

O impulso para a mudança cresceu nos últimos anos, porém, uma vez que rivalidades geopolíticas entre os cinco países com cadeiras permanentes têm paralisado os debates com cada vez mais frequência, em especial depois do início da Guerra da Ucrânia.

A agência de notícias Reuters teve acesso ao discurso que Thomas-Greenfield fará na ONU nesta quinta. O texto começa dizendo que "muito do que se discute sobre a reforma do Conselho de Segurança tem se resumido a isso, uma discussão".

Depois, critica a ausência de assentos permanentes para países africanos, o que impediria que eles transmitissem seus conhecimentos de modo a ajudar a solucionar "os desafios que afetam todos nós —e, de forma desproporcional, os africanos".

Ao propor um assento rotativo para os Estados insulares em desenvolvimento, o discurso afirma que eles merecem ocupar uma cadeira no conselho por oferecerem "percepções críticas sobre uma série de questões de paz e segurança internacionais, incluindo, em especial, o impacto das mudanças climáticas".

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