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EUA impõem sanções a juízes do Supremo da Venezuela, mas seguem poupando indústria petrolífera

Medidas têm como alvo 16 integrantes do regime de Maduro

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Washington

Os EUA anunciaram nesta quinta-feira (12) a imposição de sanções contra 16 integrantes do regime de Nicolás Maduro, entre eles juízes da Suprema Corte da Venezuela e membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Com a medida, os americanos mostram que seguem optando por ações individuais, evitando mirar o setor petrolífero do país sul-americano —no qual a gigante Chevron opera, após autorização dada pelo governo Biden.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em comício em Caracas - 17.ago.24/AFP

O objetivo das sanções é aumentar a pressão para que Caracas aceite uma transição pacífica de poder para a oposição, que Washington aponta como vencedora na contestada eleição realizada em 28 de julho. Em condição de anonimato, diplomatas americanos afirmam que a maior dificuldade até agora para uma solução negociada para a crise política no país é que o regime de Maduro não está respondendo às abordagens internacionais.

O plano é seguir valendo-se de instrumentos diplomáticos e foros multilaterais, como a ONU e a OEA, para pressionar o governo venezuelano.

"O Departamento do Tesouro está mirando em autoridades-chave envolvidas nas alegações fraudulentas e ilegítimas de vitória de Maduro e sua repressão brutal à livre expressão após a eleição, enquanto a esmagadora maioria dos venezuelanos clama por mudança", disse o vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo, em nota.

Estão na lista a presidente do Supremo venezuelano, Caryslia Beatriz Rodríguez, o procurador Luis Ernesto Duenez Reyes, responsável pelo pedido de prisão do líder opositor Edmundo González, e o secretário-geral do CNE, Antonio José Meneses Rodríguez. Funcionários de agências de inteligência e militares completam o grupo.

Maduro já é alvo de sanções desde 2017 e, por isso, não integra a nova rodada.

As medidas impostas pelo Tesouro americano têm caráter individual miram ativos financeiros de seus alvos. Paralelamente, o Departamento de Estado afirmou que está adotando restrições a vistos.

Questionados da ausência de sanções econômicas mais abrangentes, direcionadas ao setor petrolífero venezuelano —base da economia do país—, altos funcionários afirmam que as medidas estão sendo "calibradas conforme a situação em campo e os interesses nacionais dos EUA".

No cálculo do governo Biden está a Chevron, empresa que obteve autorização do democrata para fechar parcerias com a estatal petrolífera venezuelana. De acordo com o Wall Street Journal, os negócios da gigante americana no país são responsáveis por cerca de 20% das exportações de petróleo bruto e 31% das receitas totais do governo Maduro.

Segundo o jornal, a empresa tem argumentado com a Casa Branca que a manutenção de suas operações na Venezuela é fundamental para a segurança energética dos EUA e funciona como um bastião contra a influência de adversários geopolíticos no país. Em ano eleitoral, tampouco é do interesse do governo Biden tomar medidas que possam encarecer o preço do combustível.

Com os 16 nomes anunciados nesta quinta, o total de indivíduos sancionados pelos EUA por sua colaboração com o regime Maduro chega a 140. Outras cem entidades também são alvo de medidas.

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