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Junta militar de Mianmar pede ajuda internacional após tufão deixar 33 mortos

Tempestade Yagi também foi responsável pelo deslocamento de mais de 235 mil pessoas no país

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Toungoo (Mianmar) | AFP

O chefe da junta militar que comanda Mianmar pediu ajuda internacional para lidar com os efeitos das inundações causadas pelo tufão Yagi, segundo informações publicadas pelo jornal oficial do país neste sábado (14).

Pessoas usam estruturas feitas com bambu para se locomover em Toungoo - AFP

O tufão foi responsável por ao menos 33 mortes e forçou o deslocamento de mais de 235 mil pessoas no país, já assolado por um conflito interno entre a junta e facções rebeldes. A tempestade também provocou destruição nas Filipinas, China, Tailândia, no Laos e no Vietnã, deixando mais de 300 mortos (a maioria em território vietnamita) e centenas de desaparecidos —números que ainda podem aumentar.

Em Mianmar, o líder da junta, Min Aung Hlaing, afirmou na sexta-feira (13) que "funcionários do governo devem entrar em contato com países estrangeiros para receber ajuda de resgate que será fornecida às vítimas", de acordo com relato feito neste sábado pelo jornal oficial Global New Light of Myanmar.

Na véspera, o porta-voz da junta, Zaw Min Tun, afirmou que várias pessoas morreram devido às inundações e que algumas áreas ainda estão isoladas. O porta-voz também explicou que o regime está verificando informações de que deslizamentos de terra teriam acontecido na região central de Mandalay, onde dezenas de trabalhadores de minas de ouro teriam ficado presos.

Em Toungoo, na região de Mandalay e a uma hora ao sul da capital, Naypyitaw, os moradores usavam barcos improvisados para se deslocar ao redor de um templo budista.

"Perdi meu arroz, meus frangos e meus patos", diz Naung Tun, que conseguiu levar vacas para um terreno mais alto. "Outros bens não me preocupam. Mas nada tem mais valor do que a vida das pessoas e dos animais", afirmou ele.

De acordo com informações da imprensa local, inundações na área da capital e deslizamentos de terra destruíram instalações elétricas, edifícios, estradas, pontes e residências.

Um morador de Sin Thay, perto de Naypyitaw, disse na sexta-feira à agência AFP que passou a noite em cima de uma árvore com seus dois filhos para se proteger do volume crescente da água.

Em uma aldeia da região de Mandalay, os moradores tiveram que montar em elefantes para sair das áreas alagadas.

O pedido de ajuda é um ato incomum por parte da junta militar, que no passado já impediu assistência humanitária externa. O regime suspendeu, no ano passado, autorizações de viagem de grupos que iriam ajudar 500 mil afetados por um ciclone que atingiu o oeste do país. Na ocasião, as Nações Unidas chamaram a decisão de incompreensível.

O evento climático agrava a situação do país, mergulhado em uma crise humanitária, de segurança e política desde o golpe militar de fevereiro de 2021 contra o governo civil eleito de Aung San Suu Kyi, que foi laureada com o Nobel da Paz em 1991.

O golpe começou com um blecaute na internet e a prisão do gabinete civil de Mianmar. Desde então, mais de 4.800 manifestantes e prisioneiros políticos foram mortos, e 26,5 mil pessoas foram presas, de acordo com a Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos Birmânia, que usa o nome antigo do país. Outras 2,7 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido ao conflito.

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