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Mal-estar

Dados do primeiro trimestre mostram que alta da renda e do emprego perdeu ritmo

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Anúncio de vagas de emprego em rua do centro paulistano - Danilo Verpa - 17.nov.17/Folhapress

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Causa inquietude a situação do mercado de trabalho desde o final do ano passado, conforme observada nas pesquisas mais recentes do IBGE. Os números decepcionantes acentuam as dúvidas em torno da força e da persistência da retomada do crescimento econômico.

A atividade no início deste ano se mostra, em geral, fraca. Em abril, os índices de confiança de consumidores e empresas ou ficaram estagnados ou regrediram. Compreende-se a reticência, dados os indicadores do mundo do emprego.

O poder de compra dos salários começou a se recuperar no ano passado, mas a melhora perde ritmo. No primeiro trimestre, o rendimento médio do país não passou de R$ 2.169 mensais —o mesmo valor do mesmo período de 2017, considerada a inflação.

Descontados efeitos sazonais, a taxa de desocupação não cai desde setembro do ano passado. De janeiro a março, foi de 13,1%, não muito diferente dos 13,7% registrados 12 meses antes.

A oferta de empregos permanece precária, baseada em vagas sem carteira assinada e trabalho por conta própria, na maior parte dos casos, informal e mal remunerado.

São ainda obscuros os motivos da desaceleração da retomada, que já se previa lenta —ou gradual, no dizer das autoridades federais.

As taxas de juros bancárias estão em níveis semelhantes ou superiores aos verificados no final de 2017. A tímida evolução dos rendimentos pode ter influência da estagnação do salário mínimo. O desempenho da agricultura, ainda bom, não iguala os resultados extraordinários do início do ano passado. 

A construção civil não conseguiu se recuperar e ainda desemprega. Os investimentos no setor deixaram de cair apenas no final do ano passado. Não há dados mais recentes, mas sabe-se que faltam novos canteiros de obras devido, em grande parte, à penúria orçamentária em todos os níveis de governo.

Os indicadores de confiança econômica detectaram ligeiro aumento do pessimismo em relação aos próximos meses. Pode ser que a incerteza e os transtornos políticos persistentes causem ainda mais receio em uma população curtida por crises sucessivas.

Ressalte-se que ainda existe crescimento, com taxa esperada entre 2,5% e 3% neste ano. De todo modo, neste momento é inegável o mal-estar na recuperação econômica.

editoriais@grupofolha.com.br

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