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Combate às facções

Por mais que governantes tenham evitado divulgar a existência dos grupos, a realidade se impôs

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Bombeiros apagam fogo ateado em veículos em Fortaleza, no Ceará - Alex Gomes/O Povo/AFP

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Em apenas uma semana, mais de 200 ataques foram registrados em cidades do Ceará. O vandalismo atingiu ônibus, automóveis, agências bancárias, delegacias e prédios públicos. Incêndios e disparos, além de ondas de boatos, assustaram a população do estado, fecharam lojas, reduziram o público nas praias e afugentaram turistas.

Os transtornos foram orquestrados por facções criminosas, que já acumulam longo histórico de atos de violência pelo Brasil. O marco mais expressivo dessa espécie de terrorismo foram os acontecimentos que atemorizaram São Paulo em 2006, patrocinados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Desde então, essa e outras organizações, como o Comando Vermelho, ampliaram suas áreas de atuação não apenas em território brasileiro, mas também em países vizinhos com significativa produção de drogas ilícitas. 

Por mais que governantes e setores da opinião pública tenham evitado divulgar a existência dessas facções, a realidade se impôs —e uma série de livros e estudos acadêmicos passou a alertar para as dimensões do problema.

Não por acaso, o novo ministro da Justiça, Sergio Moro, que se notabilizou por desbaratar esquemas poderosos de corrupção, anunciou como um dos principais objetivos de sua pasta o combate a essa modalidade de crime.

Acertadamente, Moro pretende criar condições para asfixiar as finanças desses grupos e reduzir a influência deles nos presídios.

Quanto a esse aspecto, não é improvável que o ex-juiz tenha de reavaliar algumas linhas anunciadas pelo presidente para a área de segurança, a começar pela disposição de aumentar o aprisionamento num contexto de superlotação e abandono jurídico de grande parte dos encarcerados —muitos nem sequer condenados.

No Ceará, os ataques foram uma reação à iniciativa do governo estadual de enfrentar o descontrole nas instituições prisionais.

Camilo Santana (PT), que inicia o segundo mandato no comando do estado, anunciou a criação da Secretaria de Administração Penitenciária, para a qual nomeou Luís Mauro Albuquerque, quadro com relevante atuação no setor. Foi no dia seguinte à nomeação que os ataques começaram.

Com dificuldades para conter a onda de violência, o governo petista pediu ajuda federal. Como deve ser, o Ministério da Justiça determinou o envio de tropas da Força Nacional de Segurança.

Será de monta o desafio a ser enfrentado por Moro e pelo novo governo nessa área. Não há, contudo, alternativa senão tratá-lo como uma das prioridades nacionais.

editoriais@grupofolha.com.br

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