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Ambições e riscos

Orçamento de Biden busca transformar o futuro, mas impacto imediato gera dúvida

O presidente dos EUA, Joe Biden - Brendan Smialowski/AFP

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Com a divulgação da proposta de Orçamento para o ano fiscal de 2022, que se inicia em 1º de outubro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenta por em marcha seu amplo programa de transformação da economia do país.

O projeto prevê US$ 6 trilhões em gastos, quantia que deverá crescer para US$ 8,2 trilhões até 2031. No período, o déficit público não cairia abaixo de US$ 1,3 trilhão ao ano. Alguma redução ocorreria apenas no final do período, conforme maturam os graduais aumentos de impostos.

Se não se trata de uma revolução, as propostas de Biden são ambiciosas em relação ao padrão das últimas décadas —nas quais, a não ser pelas despesas de combate à pandemia em 2020, a alta de déficits decorreu de cortes de impostos que beneficiaram os mais ricos.

Desta vez, o foco está em mais aportes federais na economia real e num largo espectro de iniciativas de proteção social, a serem parcialmente financiados com maior tributação sobre as empresas e as famílias mais abonadas.

O Orçamento inclui os dois pacotes divulgados pela Casa Branca nos últimos meses, com US$ 2,6 trilhões para infraestrutura e energia limpa e mais US$ 1,7 trilhão concentrado em saúde, educação e suporte para a infância. Parte desses gastos começariam em 2022.

O desafio, como sempre, é a negociação com o Congresso. Com maioria de apenas um voto no Senado, os democratas precisam alinhar todos os nomes do partido, entre os quais ainda há resistência a algumas das medidas. Negocia-se também com os republicanos, que, como de hábito, opõem-se à elevação de gastos públicos.

Não havendo acordo, os governistas podem recorrer a procedimentos regimentais para aprovar o projeto com sua maioria estreita, mas também nesse caso é provável que a despesa fique menor.

Restam críticas quanto às dimensões do dispêndio num momento em que a economia se recupera e a inflação acelera. As projeções mais recentes indicam que os EUA devem voltar ao pleno emprego já no ano que vem. Acadêmicos importantes, mesmo simpatizantes da agenda democrata, alertam para o risco de superaquecimento.

Para além da conjuntura, porém, a lógica da administração democrata busca remediar um longo período de negligência com os estratos de renda baixa e média e com a base produtiva do país. Investimentos em transformação verde e tecnologias do futuro seriam outra forma de cobrir esse atraso.

editoriais@grupofolha.com.br

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