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Pedro Westphalen

De qual retomada estamos falando?

Além de saúde e economia, devemos recuperar a esperança em um futuro melhor

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Pedro Westphalen

Deputado federal (PP-RS), é vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde

Ainda é muito cedo para falar em superação da pandemia no Brasil. Mesmo que a aceleração da vacinação seja uma realidade percebida na imensa maioria dos municípios do país, o caminho para fora da crise sanitária é longo —e não está restrito apenas ao universo da imunização.

É natural que, ao falarmos em retomada de vida, a primeira coisa que nos venha à mente seja a recuperação da economia e do emprego. Afinal de contas, são quase 15 milhões de brasileiros em busca de trabalho e de esperança. Essa, sem dúvida nenhuma, precisa ser uma prioridade. Mas falar em superação da pandemia precisa ser acompanhada de um olhar mais amplo e atento —que vá além do binômio "vacina-emprego"—, pois o impacto social da doença esparrama-se por todas as dimensões da vida.

O deputado federal Pedro Westphalen (PP-RS) - Divulgação

O maior exemplo é a saúde: ainda que milhares de brasileiros estejam em recuperação, muitos dos efeitos da Covid-19 deixam sequelas. Estima-se que 80% dos contaminados persistam com sintomas como fadiga, dificuldade de atenção e falta de ar Além disso, há também prejuízo às funções motoras, respiratórias, hematológicas e circulatórias em pacientes que estiveram internados por longos períodos. Somados aos desafios que já eram cotidianos, o SUS e o sistema privado serão cada vez mais postos à prova.

A crise, somada ao aumento da inflação, que encarece o custo de vida, empurrou milhões para a pobreza. Um enorme contingente de brasileiros que, igualmente, exigirão atenção da estrutura de acolhimento social. Os impactos estão, também, na educação —setor em que as desigualdades aprofundaram-se com o afastamento dos alunos das salas de aula, especialmente pelo acesso ainda precário à internet em muitas regiões.

A lista de desafios é imensa e não para de crescer. A retomada definitiva será possível apenas se dermos conta dessa complexidade econômica e social. Somos mais de 200 milhões de brasileiros —e nenhum deles deve ser abandonado pelo caminho.

Sim, façamos a necessária retomada econômica. Mas temos de reforçar o sistema de saúde, sobretudo na atenção primária, e, também, investindo em inovações como a telemedicina, ampliando e qualificando o atendimento. Na educação, o ensino híbrido veio para ficar —e a retomada deve contemplar qualificação tecnológica e democratização do acesso à internet.

Temos, também, de permitir que os brasileiros em vulnerabilidade retomem a esperança de um futuro melhor. A vida não será mais como antes. Mas podemos atingir a normalidade adaptada aos novos tempos. Para isso, temos de olhar para todos os setores e atores do país. Com sensibilidade, unidade e a visão de que somos uma só nação, acima de bandeiras e ideologias. Sejamos, mais do que nunca, todos por todos.

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