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De novo a dengue

Surto da doença própria do subdesenvolvimento expõe ineficácia do poder público

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Ação de combate à dengue em São Paulo - Zanone Fraissat - 17.nov.21/Folhapress

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Mal ficaram para trás os piores momentos da Covid-19, o Brasil se vê às voltas com mais um surto mortal de dengue. Segundo o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o país já registrou mais de 1,3 milhão de casos prováveis da doença, um salto de quase 200% ante 2021.

Escancara-se novamente o fracasso do poder público no combate a uma moléstia que é própria de nações subdesenvolvidas.

Tal quantidade de infecções representa uma incidência de 623 por 100 mil habitantes —acima, portanto, do limiar que, associado ao rápido crescimento de registros, tipifica a condição de epidemia pelos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A região que inspira mais preocupação é o Centro-Oeste, que atingiu o triplo da já alta média nacional, com 1.851/100 mil habitantes. Goiânia e Anápolis (GO) já superam os 3.000 casos por 100 mil. Joinville (SC) e Araraquara (SP) também figuram entre as mais atingidas.

A explosão veio acompanhada de aumento expressivo no número de mortes. Até agora foram confirmadas 831, o triplo do observado no ano passado e a terceira maior cifra da década. Existem, ademais, outras 295 em investigação. O estado de São Paulo concentra o maior número de vítimas (253), seguido por Goiás (106) e Paraná (95).

Na falta de uma vacina como estratégia coletiva contra a doença (a única existente está disponível apenas em clínicas particulares, tem eficácia limitada e só é recomendada para quem já teve a doença), o combate se dá exclusivamente pela eliminação do vetor de transmissão, o mosquito que se reproduz na água parada.

O relaxamento, durante a pandemia, das medidas que evitam a proliferação do inseto, tanto por parte do poder público como da sociedade, somado ao empobrecimento da população, que tende a piorar as condições sanitárias, são alguns dos fatores que podem explicar o surto atual.

Há, portanto, que reforçar a prevenção. No âmbito individual, trata-se de colocar em prática medidas já conhecidas, como não deixar vasos, garrafas ou caixas-d’água destampados, entre outras ações que impeçam o acúmulo do líquido.

Às autoridades cumpre, e com maior senso de urgência, intensificar campanhas informativas e, sobretudo, mobilizar agentes de saúde nas áreas mais afetadas, a fim de identificar os principais focos da doença e agir para debelá-los.

editoriais@grupofolha.com.br

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