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Promessas de Lula farão sucesso na COP27, mas não tanto no front doméstico

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Pasto com árvores mortas em fazenda às margens da rodovia Transamazônica, no município de Labrea (AM) - Lalo de Almeida/ Folhapress

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Começa no domingo (6), no balneário egípcio de Sharm el-Sheik, a 27ª conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP27. Três décadas após a assinatura do tratado que fundou o evento, o planeta ainda aguarda medidas capazes de conter o aquecimento global.

O Brasil retorna ao proscênio, agora não mais como vilão. Sai da ribalta Jair Bolsonaro (PL), que presidiu um retrocesso inaudito na área ambiental, relegando o país à condição de pária.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deu destaque a questões ambientais em seu discurso de vitória. Indicou que irá empenhar-se em reduzir a zero o desmatamento, maior fonte nacional de gases do efeito estufa, retomar a política indigenista e reprimir o garimpo ilegal.

Depois do ataque bolsonarista contra o meio ambiente, a mudança de governo soou como música a quem defende o valor da floresta em pé, aqui ou no estrangeiro. Lula já confirmou que irá ao Egito, para começar a devolver ao Brasil a condição de parceiro e protagonista nesse esforço internacional.

De pronto, pouco poderá fazer além de declarar boas intenções. Estará no meio da transição de governo, ainda sem o comando da máquina pública e do Orçamento —cujas possibilidades, aliás, continuarão restritas.

Belas promessas não serão capazes de materializar o objetivo do Acordo de Paris (2015): conter o aquecimento médio da atmosfera no limite seguro de 1,5ºC. Os compromissos nacionais ainda são insuficientes e a trajetória das emissões mundiais aponta para alta ameaçadora de 2,8ºC.

O carbono emitido pelo Brasil em 2021 cresceu 12,2%, maior avanço em dois decênios. Para agravar o saldo negativo, o último inventário nacional de emissões revisou a linha de base de 2005 e, na prática, deu ao país espaço para sacar a descoberto emissão adicional de carbono comparável à do Japão.

Bolsonaro aumentou o descrédito de Brasília ao lançar a bazófia de cortar em 50% o carbono aqui emitido até 2030. Um objetivo irrealizável, em face do vale-tudo que instaurou no meio rural.

Lula precisará atualizar a meta nacional. Mais que isso, deve delinear políticas públicas capazes de implementá-la no campo, onde haverá forte resistência, e usar toda sua capacidade de negociação para suplantar barreiras que serão erguidas por setores retrógrados do agronegócio.

editoriais@grupofolha.com.br

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