Um olhar para pessoas idosas em situação de emergência
Embora mais vulneráveis, elas estão também entre as mais resilientes
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Mundo afora, terremotos, enchentes, secas, incêndios florestais e ondas extremas de calor ou frio continuarão ocorrendo. As populações acometidas estão envelhecendo rapidamente. Diante das tragédias, seja qual sua natureza, pessoas idosas estão entre as principais vítimas.
Acompanhamos consternados casos recentes; na costa norte de São Paulo, no sul da Bahia, no Ceará. Tragédias anunciadas, longe de imprevisíveis. As mudanças climáticas decorrentes da ação predatória de nossa sociedade gananciosa as tornarão ainda mais comuns.
Falta um olhar para as pessoas idosas. Antes era "compreensível" ignorá-las, por serem grupos minoritários. Políticas públicas voltadas para o segmento da população que mais cresce no país se tornam imprescindíveis. Se hoje perfazem 15% da população, antes de 2050 ultrapassarão 30%. Mais e mais pessoas idosas em um país despreparado.
No entanto, Paulo Freire nos ensinou: é preciso esperançar. A presença do secretário dos Direitos das Pessoas Idosas, Alexandre da Silva, nas áreas devastadas de São Sebastião, por cinco dias, é um alento. Foi averiguar os estragos, identificar as principais vítimas, mostrar o Estado cumprindo seu papel. É um primeiro passo. Um plano de enfrentamento está sendo elaborado.
Frente a qualquer situação de emergência, é necessário estar preparado para responder e trabalhar na recuperação a médio e longo prazos. Vale para qualquer crise, como evidenciado nos 16 estudos que, em 2006, como diretor do Departamento de Envelhecimento e Saúde da OMS, executamos em países tão diversos como Canadá, Jamaica, Cuba, Indonésia, França, Japão e África do Sul.
Finalmente, é preciso não esquecer: embora mais vulneráveis, pessoas idosas estão entre as mais resilientes, como mostraram vários estudos. Já passaram por poucas e boas. Podem ver a luz no final do túnel. E ajudam suas comunidades a esperançar.
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