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O que a Folha pensa União Europeia

Macron esvaziado

Com ascensão vigorosa da direita radical, França caminha para governo dividido

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Emmanuel Macron, presidente da França - Benoit Tessier/Reuters

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Em menos de um mês, houve reviravolta dramática na política francesa. A derrota de Emmanuel Macron na eleição para o Parlamento Europeu foi maior do que a imaginada. Em seguida, o presidente tomou a decisão chocante de dissolver a Assembleia Nacional, eleita havia apenas dois anos, em que detinha ao menos maioria precária.

A expectativa macronista de reunir em torno de si partidos moderados dissolveu-se com a rápida formação de uma coligação de esquerda e a adesão de parte da direita tradicional à Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen.

O resultado preciso da eleição legislativa ainda é incerto. Dependerá da anuência do eleitorado à ideia de "frente republicana" —o voto destinado a derrotar candidatos da ultradireita no segundo turno.

É improvável, porém, que Macron possa ou queira evitar a formação de um governo comandado por adversários. É grande a possibilidade de que a RN eleja mais deputados, ainda que não forme uma maioria absoluta.

No entanto, em vez das diferenças entre presidentes e primeiros-ministros de direita e esquerda moderadas das coabitações passadas, essa seria uma aguda e amarga contraposição de programas e lideranças. Um governo minoritário de Jordan Bardella, da RN, estaria sujeito a votos de desconfiança, além do mais.

O confronto entre o macronismo e o partido majoritário da coalizão Nova Frente Popular (NFP), o França Insubmissa, torna improvável uma aliança entre centro e esquerda, ainda que viessem a ter maioria na Assembleia. Apenas daqui a um ano Macron poderia convocar nova eleição legislativa. O mandato do presidente vai até 2027.

O programa declarado da RN é de populismo econômico, endurecimento radical com imigrantes, protecionismo e enfraquecimento da União Europeia. Tais ideias tendem a piorar a situação fiscal francesa e a criar incertezas na zona do euro e na geopolítica europeia, como no caso da Ucrânia.

Arma-se desse modo um cenário de divisão parlamentar paralisante e confronto de plataformas políticas, decorrente das ideias muito diversas que o eleitorado tem a respeito do futuro do país.

Por ora, trata-se de tripartição, mas a França pode também estar a caminho da polarização, marcada pela ascensão da direita mais radical e as derrotas do centro.

editoriais@grupofolha.com.br

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