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Além do desmate

Governo precisa combater a degradação florestal, que transcende o corte raso

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Incêndio florestal na região do Baixo Tapajós, em Santarém (PR) - Reprodução - 12.jul.24/Brigada de Alter

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Poucas coisas superam as evidências científicas no ajuste de políticas públicas. Após o negacionismo de Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa aperfeiçoar sua sensata política ambiental com dados objetivos.

O uso do solo e suas mudanças, como a conversão de florestas em pastagens e lavouras, responde por três quartos das emissões brasileiras de carbono. O desmate na amazônia turbina o aquecimento global, que, por sua vez, deixa as áreas verdes mais vulneráveis.

Na primeira etapa desse ciclo vicioso, a biomassa desmatada se converte em CO2 e engrossa a capa que retém calor na atmosfera. Na segunda, a alta temperatura impacta o regime de chuvas e resseca o bioma, que pode entrar numa espiral de estiagem, fogo e morte.

Até o momento, o governo federal dá prioridade ao desmatamento —como deve ser. Estudos vêm indicando, no entanto, que uma destruição mais insidiosa, a chamada degradação florestal, pode minar parte desse esforço.

Pesquisa da Universidade Wake Forest, publicada na revista da academia de ciências dos EUA no começo deste mês, destaca esse terceiro elo da cadeia devastadora. O artigo aponta que a extração de madeira, queimadas e outras atividades estariam lançando mais carbono na atmosfera que o próprio desmatamento por corte raso.

O clima sofre um duplo golpe da sociedade brasileira na sua gestão da maior floresta tropical do planeta. Golpe que ricocheteia na própria amazônia, fustigada pela atmosfera aquecida, e no Brasil quase todo, sob a ameaça de colapso pelos "rios voadores" que ela origina e que levam chuvas para as regiões Sudeste e o Sul.

Cabe ao Ministério do Meio Ambiente ampliar as medidas de prevenção e combate ao desmatamento para conter também as atividades degradadoras que não utilizem o corte raso. E não só na amazônia.

O cerrado —bioma mais ameaçado do Brasil— contribui para a emissão de CO2 e tem papel fundamental na regularização de recursos hídricos para a agropecuária. A multiplicação de impactos sobre o ambiente e o clima exige uma política igualmente multifatorial.

editoriais@grupofolha.com.br

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