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O que a Folha pensa Israel

Aumentam os riscos no Oriente Médio

Assassinatos de líderes terroristas por Israel são aposta perigosa, que dificulta cessar-fogo e pode expandir conflito

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Iranianos seguram retratos de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, durante seu cortejo fúnebre, em Teerã - AFP

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Desde que o Hamas atacou Israel em outubro do ano passado, o maior temor era de que o grupo terrorista palestino lograsse o objetivo de incendiar o Oriente Médio.

Isso se daria com a inevitável resposta militar que Tel Aviv daria à chacina, seguida pelo socorro do maior apoiador de seus rivais, o Irã —ainda que por meio de prepostos regionais da teocracia de Teerã, como o Hezbollah libanês.

O plano logo fracassou. Ainda que mantivessem a retórica afiada e, no caso do Hezbollah, uma frente de atrito diário com Israel, ninguém escalou a crise.

A novidade no cenário geopolítico foram os rebeldes houthis financiados pelo Irã no Iêmen, com ataques a navios mercantes no mar Vermelho e grandes danos causados ao comércio mundial.

O problema é que a guerra de Israel em Gaza, justa que fosse em seu começo, tornou-se um pesadelo humanitário indefensável e sem saída militar visível. Com quase 39,5 mil mortos e a obliteração de boa parte do território, a operação tem como fim manter Binyamin Netanyahu no poder.

Assim, até os mais aguerridos apoiadores de Israel, os Estados Unidos, passaram a pressionar o premiê a aceitar um cessar-fogo. Ele não só não veio como Netanyahu voltou de uma viagem a Washington com surpresas.

Entre terça-feira (30) e quarta, Israel matou dois de seus principais inimigos regionais: Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, que estava em Teerã como convidado de honra na posse do novo presidente do país, e Fuad Shukr, chefe operacional do Hezbollah, em Beirute.

Ademais, na quinta (1º) foi confirmada a morte, há 20 dias, do chefe militar do Hamas em Gaza.
Israel faz com isso uma aposta. Se Netanyahu sabe que os ataques não passarão impunes, parece acreditar que haverá limite na retaliação devido ao temor do impacto de uma guerra ampla —a começar pelo regime iraniano, que vive dias de contestação popular e dificuldades econômicas.

O premiê ampara-se na eficácia da defesa de Israel, com ajuda dos EUA e de outros aliados, contra o único ataque direto do Irã ao seu país na história, em abril. Talvez dê certo, e ainda se crie oportunidade de tréplica para conter as suspeitas instalações nucleares no Irã.

Mas também é possível que se abra uma caixa de Pandora com ataques multidirecionais, engolindo consigo os EUA em meio a uma campanha eleitoral e atores como Rússia, Turquia e Arábia Saudita, num temerário e imprevisível jogo.

editoriais@grupofolha.com.br

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