Livro sobre autoritarismo é resposta rápida, mas não superficial, a fake news
Obra foi escrita pela historiadora Lilia Schwarcz entre a eleição de Bolsonaro a março passado.
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Encomenda da Companhia das Letras para que fosse um livro “ligeiro”, “Sobre o Autoritarismo Brasileiro” foi escrito pela historiadora Lilia Moritz Schwarcz entre a eleição de Jair Bolsonaro em outubro de 2018 e 1º de março passado.
O lançamento com sessão de autógrafos será nesta segunda-feira (27), às 19h, na Livraria da Vila, na alameda Lorena, 1731, em São Paulo.
A obra, além de abordar as raízes históricas do autoritarismo no Brasil analisando oito aspectos diferentes da questão, tem como alvo subliminar o combate às fake news que marcaram o pleito do ano passado.
É também uma tentativa de “dar uma resposta rápida ao que o Brasil está vivendo”, segundo Lilia. No caso, o ligeiro passa longe do sentido de superficial.
Para tanto, a autora utiliza-se da história, sua área de atuação, e de uma série de dados estatísticos e de pesquisas para corroborar e sedimentar com fatos as análises em torno desses oito temas.
O resultado é interessante porque mescla as tais raízes históricas do autoritarismo com uma atualização bem contemporânea —“a quente”, como se diz no jargão jornalístico.
A propósito, no capítulo “Intolerância” são citados, por exemplo, dados de reportagem publicada em janeiro deste ano pela Folha revelando que os crimes relacionados ao tema atingiram um pico durante as eleições. Foram 16 casos por dia, mais que o triplo dos registros no primeiro semestre de 2018.
Já em “Desigualdade Social”, o leitor se depara com gráficos e tabelas mostrando estatísticas sobre a cobertura e a alocação de recursos nas áreas de saúde e educação —dados que ajudam a atualizar o panorama das disparidades de renda que inibem muitas das potencialidades do país.
Os outros seis temas correlatos são abordados nos capítulos “Escravidão e Racismo”, “Mandonismo”, “Patrimonialismo”, “Corrupção”, “Violência” e “Raça e Gênero”.
Em “Sobre o Autoritarismo Brasileiro”, Lilia retoma o caminho aberto com “Brasil: uma Biografia”, publicado em 2015 em parceria com Heloisa M. Starling, de transformar a muitas vezes sisudez acadêmica em algo mais palatável ao grande público.
Titular no departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e professora visitante na Universidade de Princeton, Lilia diz ter acreditado sempre que os intelectuais devem ter uma “face pública”, a exemplo do que seus colegas norte-americanos fazem para atingir públicos cada vez maiores com seu conhecimento acadêmico.
“Devo tudo à universidade, mas acho que durante muito tempo ela permaneceu reclusa em seu porto seguro”, diz a autora. “É preciso que sejamos mais generosos, traduzindo o conhecimento para um público mais amplo. E isso não é nenhum demérito.”
Nesse sentido, além da publicação do livro, a autora vai disponibilizá-lo na versão audiobook. Será sua primeira experiência nessa área.
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