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Depois de Bolsonaro, governador da Bahia fará ato 'para saudar' novo aeroporto

Petista deve inaugurar terminal durante viagem a Vitória da Conquista, após rusga com presidente

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Salvador

Depois de não participar da cerimônia de inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista (a 518 km de Salvador) ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), fará um ato na cidade para comemorar a instalação do equipamento.

O governador desembarca no município na próxima quinta-feira (1º), quando vai inaugurar na cidade uma policlínica regional. O governo planeja fazer uma festa com participação da população para entregar a clínica, inclusive com a possibilidade de shows musicais.

A ideia é fazer um contraponto à visita de Jair Bolsonaro na última terça-feira (23), quando o presidente discursou para um público restrito a 600 convidados no saguão do aeroporto e fez apenas uma rápida saudação ao público, que ficou entre tapumes do lado de fora do aeroporto.

O governador da Bahia, Rui Costa, em seu gabinete; ele desistiu de ir a inauguração com Jair Bolsonaro - Márcio Lima - 16.jan.2019/Folhapress

Oficialmente, o governo confirma apenas que o governador irá à cidade para inaugurar a policlínica e diz que não haverá nenhum ato dentro do aeroporto. Mas aliados dizem que Rui Costa deve fazer uma espécie de comemoração à entrega do equipamento.

O senador Jaques Wagner (PT), próximo de Costa, afirmou nesta quinta-feira (25) que o governo fará uma festa para “saudar o aeroporto”.

“Vamos fazer uma grande festa popular, como o povo de Conquista merece, para saudar o aeroporto. Infelizmente estamos vivendo um governo [federal] que vive da truculência”, disse Wagner em uma transmissão ao vivo no Facebook.

O novo aeroporto de Vitória da Conquista foi inaugurado em meio a uma disputa pela paternidade da obra entre o governador e o presidente.

A obra foi executada pelo Governo da Bahia. Foram investidos R$ 106 milhões, sendo R$ 79 milhões do governo federal e R$ 31 milhões do estado.

Os recursos federais, oriundos de emendas da bancada baiana no Congresso, foram repassados ao governo baiano durante as gestões Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). A gestão Bolsonaro liberou dois carros de combate a incêndio para o aeroporto.

Quatro dias depois de ter chamado nordestinos de "paraíbas", Bolsonaro discursou em Vitória da Conquista (BA), na terça (23) - Eliezer Oliveira/Futura Press/Folhapress

O governador da Bahia desistiu de participar da inauguração alegando que o presidente havia transformado o ato em um evento político-partidário.

Também pesou na decisão o fato de o presidente, dias antes, ter usado um termo pejorativo ("paraíbas") para se referir aos moradores da região. A expressão é usada em estados como o Rio de Janeiro, por exemplo, para se referir a nordestinos.

“Infelizmente, confundiram a boa educação com covardia, e, desde então, temos presenciado agressões ao povo do Nordeste e ao povo da Bahia”, disse o governador petista.
 
Com a desistência, o governador vetou a participação da Polícia Militar da Bahia na segurança do evento, alegando que o ato passou a ser exclusivamente federal e caberia à Polícia Federal garantir a segurança do presidente.

Na inauguração do aeroporto, Bolsonaro cercou-se de adversários do governador Rui Costa, incluindo o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), vestiu um chapéu de vaqueiro e disse amar os nordestinos.

“É uma honra hoje também ser nordestino cabra da peste [...] Somos todos paraíbas, somos todos baianos. O que nós não somos é aqueles que querem puxar para trás o nosso estado, o nosso país”, disse o presidente.

Na ocasião, Bolsonaro citou a ausência do governador baiano e criticou o petista: “Não podemos concordar com quem quer mudar a cor da nossa bandeira. Não vão mudar a cor da nossa bandeira”.

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