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Aziz blinda Doria na CPI da Covid, e senadores o chamam de advogado do governador de SP

Senadores afirmaram que presidente da CPI estava atuando como advogado de São Paulo

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Brasília

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), buscou blindar e defender o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que havia sido alvo de críticas e provocações que partiram de senadores alinhados com o Palácio do Planalto.

Aziz interrompeu e rebateu os parlamentares governistas, o que resultou em ataques diretos contra ele, que foi acusado de atuar como “advogado de São Paulo”.

A CPI da Covid realizou sessão nesta quinta-feira (27) para ouvir o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. O governo de São Paulo e o Planalto protagonizaram uma disputa política em torno da vacina Coronavac, parceria do instituto com o laboratório chinês Sinovac.

Em determinado momento, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) reproduziu trecho do documentário “A Corrida das Vacinas”, que contém um áudio vazado de uma conversa entre Doria e o próprio Dimas Covas.

"Ele [grupo chinês] está falando com um cliente de R$ 2,5 bilhões! Só tem um cara que tá se expondo aqui: sou eu. Fundamentalmente, sou eu. Eu tô no primeiro plano dessa história. Publicamente. Ainda sofrendo ataque do Bolsonaro, bolsominion, bolso não sei do quê", afirma Doria no áudio.

Rogério então tentou fazer um paralelo entre a fala de Doria e as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro, o ex-chanceler Ernesto Araújo e outros membros do governo desrespeitaram os chineses e assim aumentaram as dificuldades para obter insumos para as vacinas.

O senador governista perguntou a Dimas Covas se Doria não foi “grosseiro” no áudio, quando foi interrompido por Omar Aziz.

“Grosseria? Eu estou vendo é indignação do governador em querer vacina, diferente de outros que não querem”, disse o presidente da comissão.

Marcos Rogério então provocou Aziz ao pedir que ele contivesse a “sanha”, dando início a uma discussão entre os membros da comissão. O presidente da comissão em seguida deu “parabéns” ao governador Doria.

Diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, durante depoimento na CPI da Covid - Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em outro momento, o senador governista Luiz Carlos Heinze (PP-RS) buscou rebater informação de Dimas, de que o governo federal não havia contribuído financeiramente para o desenvolvimento da vacina. Heinze repetiu informação na qual aponta que R$ 1,9 bilhão foi repassado.

Dimas, no entanto, afirmou que esses recursos não foram destinados para o desenvolvimento da Coronavac e nem para a ButanVac - vacina desenvolvida pelo instituto.

“Dimas, só um minutinho. Explique que a vacina que o senhor está dizendo não é a Coronavac. São outras vacinas, não é isso?”, disse o presidente.

“Senão, daqui a pouco, vira meme: ‘Olha, passou 1,9 bilhão’", completou.

Os governistas aproveitaram, mais uma vez, para criticar Omar Aziz, afirmando que estava atuando como “advogado” do estado de São Paulo.

“Eu só peço ao Presidente, com todo o respeito, porque a advogada de defesa [de Dimas], não sei se ela é a advogada, está ali do lado”, disse, em referência a uma mulher sentada atrás do diretor do instituto.

“Que o Presidente não faça o papel de advogado de defesa aqui, porque a pergunta foi feita claramente para o doutor Dimas”, afirmou o senador Eduardo Girão (Podemos-CE).

Omar Aziz então rebateu com ironia, afirmando que é engenheiro de formação e não advogado.

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