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Bolsonaristas reagem a desmonte de acampamento, e Exército e DF recuam; veja vídeo

Ação em Brasília ocorre para desmontar barracas a quatro dias da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva

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Brasília

O governo do Distrito Federal e o Exército deram início na manhã desta quinta-feira (29) a uma ação conjunta para desmontar estruturas vazias no acampamento de bolsonaristas em frente ao QG na capital federal.

O objetivo era tentar, com isso, incentivar a desmobilização de manifestantes que estão no local desde o fim das eleições. Com discurso golpista, eles pedem intervenção militar e falam em impedir Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tomar posse na Presidência.

A Folha acompanhou a ação. Bolsonaristas acampados se juntaram no local para evitar o desmonte e xingavam integrantes do governo do DF. Pedras foram jogadas, e pessoas chutaram alguns carros. A operação foi abortada logo em seguida.

Exército desmonta estruturas vazias no QG em Brasília - Divulgação

De acordo com envolvidos, algumas barracas chegaram a ser desmontadas nesta manhã, mas a decisão tomada pelas autoridades foi de deixar o local para evitar confronto, diante da reação dos manifestantes.

Ainda segundo essas fontes, há preocupação para que as tentativas de desmobilização não inflamem os bolsonaristas, faltando quatro dias para a posse do novo presidente.

O secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, afirmou à imprensa que o Exército era responsável por coordenar a retirada das tendas e instalações no acampamento bolsonarista.

"Em um determinado momento, por decisão do Exército suspendeu-se uma ação mais incisiva neste momento no local. Eles continuam desocupando, segundo informações que nos foram passadas, retirando as instalações e nós seguimos à disposição para apoiar as ações", disse.

O comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira, disse que havia colocado um batalhão de 500 policiais preparados para a operação quando o Exército recuou para evitar o confronto com os manifestantes.

"A coordenação é do Exército Brasileiro. Nós tínhamos cerca de 500 policiais militares em condições, e o Exército desistiu da operação. O que houve foi que, inicialmente, eles tentaram que somente eles e o DF Legal iriam conduzir [a retirada]. Quando [os bolsonaristas] foram hostis, eles desistiram da operação e o Exército brasileiro disse que conseguiria fazer a operação sozinho."

Integrantes do governo do DF se reuniriam durante a tarde com a equipe de Lula para fazer uma nova avaliação da desmobilização em frente ao QG do Exército.

Até a quarta (28), o acampamento continuava funcionando com duas grandes cozinhas, banheiros químicos, barracas, tendas e até mesmo espaço com tomadas para carregar o celular.

Manifestantes improvisam varais em árvores para secar roupas e se revezam nas cozinhas para que as três principais refeições do dia sejam servidas no local. Cartazes espalhados informam que o acampamento aceita doações de itens diversos.

As faixas e cartazes com frases golpistas como "Intervenção militar com Bolsonaro no poder", "Socorro Forças Armadas" e "Presidente Bolsonaro, acione as Forças Armadas contra a fraude eleitoral" também continuavam expostas no local.

Como mostrou a Folha, há dentro da equipe de Lula uma divergência sobre como lidar com as manifestações antidemocráticas em frente ao QG.

Um grupo ligado ao futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), defende uma posição mais forte pela desmobilização do acampamento até o dia 1º. Já o futuro ministro da Defesa, José Múcio, se colocava favorável a uma atuação menos invasiva para evitar novos atritos com bolsonaristas.

Integrantes dos acampamentos são suspeitos de participarem dos atos antidemocráticos realizados no último mês na capital federal. Parte dos acampados no QG foram responsáveis pelo ataque ao prédio da Polícia Federal e incêndio a veículos no último dia 12 de dezembro.

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