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Forças Armadas não foram feitas para fazer política, diz Lula; Múcio defende transição tradicional

Futuro ministro da Defesa falou em apaziguamento, harmonia e troca de comando 'mais tradicional possível'

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Brasília

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira (9) que as Forças Armadas não foram feitas para fazer política, e anunciou o seu futuro ministro, José Múcio Monteiro. Este, por sua vez, falou em apaziguamento, harmonia e troca de comando "mais tradicional possível".

A declaração é em referência aos quatro anos de crise e politização das Forças Armadas sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), que explorou seu histórico na caserna eleitoralmente e incluiu nos diversos níveis de sua gestão nomes egressos das forças.

Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anuncia ministros na sede do governo de transição, no CCBB - Pedro Ladeira/Folhapress

Lula afirmou que as Forças Armadas têm um papel importante e constitucional. "Elas têm que cuidar da soberania nacional, têm que defender o povo brasileiro de possíveis e eventuais inimigos externos e é para isso."

"As Forças Armadas não foram feitas para fazer política. Não foi feita para ter candidato. Quem quiser ter candidato, se aposente e seja candidato", continuou. "Mas as pessoas da ativa das Forças Armadas têm uma missão nobre que é cuidar da segurança de 215 milhões de brasileiros, de cuidar das nossas fronteiras, e de cuidar, eu diria, da nossa soberania."

Lula disse ainda que Múcio "dará conta do recado". "E tenho certeza que as Forças Armadas irão cumprir aquilo que é a missão principal deles: cuidar da segurança desse país".

Ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Múcio é visto com bons olhos tanto por bolsonaristas, quanto por integrantes das Forças Armadas e aliados de Lula.

Depois do anúncio, o futuro ministro da Defesa falou em apaziguamento, e defendeu que a transição nas Forças Armadas ocorra da forma mais tradicional possível e sem invenção, com objetivo de apaziguar o país.

"Vamos conversar para que tudo seja tranquilo, como se fosse uma passagem de comando, uma mudança de guarda. Tem que apaziguar. Esse é o papel principal, a harmonia entre as Forças", disse Múcio ao deixar o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede do governo de transição.

"Os nomes estão sendo indicados ao presidente [Lula] da forma mais tradicional possível da história das Forças Armadas. Invenção de ninguém", argumentou. "Não há injunção política. É a regra que a Aeronáutica gosta, que a Marinha gosta e que o Exército gosta."

Ele afirmou ainda que vai procurar na próxima semana os nomes que pensa para comandar Exército, Marinha e Aeronáutica e que também ainda vai conversar com os atuais comandantes de cada força.

"Devo conversar com o ministro da Defesa, quer dizer, solicitei para conversar segunda-feira. Tem uma transição facílima, é quem está com quem vai. É como se fosse uma passagem de comando", complementou. "Tem que ser uma coisa que, quanto mais pacífica, mais fácil para quem está saindo e mais fácil para quem está chegando."

Múcio disse ainda que conversa sempre com o presidente Jair Bolsonaro. "Quando ele perdeu as eleições, eu fui lá cumprimentá-lo. Não há o menor problema. Democracia, a gente tem que respeitar os contrários, não precisa ser inimigo. Pode ser adversário. Eles sabem em quem eu votei."

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