Ataques não enfraqueceram democracia e intensificaram convívio harmonioso dos Poderes, diz Rosa sobre 8/1
Ministra discursa na abertura da sessão do Supremo, um mês após os ataques golpistas
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Um mês após os ataques golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, afirmou nesta quarta-feira (8) que a democracia não foi enfraquecida e que o convívio harmonioso entre os Poderes foi intensificado.
Rosa discursou brevemente a respeito do episódio na abertura da sessão desta quarta, no plenário da corte, que foi restaurado após a depredação.
Segundo ela, a data da "criminosa invasão" da sede do Supremo "será sempre lembrada para que nunca mais se repita".
"É preciso repisar que o vilipêndio às instalações dos três pilares da democracia —o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e esta Suprema Corte—, longe de enfraquecer a nossa democracia constitucional, veio a conferir, mercê da solidariedade imediata de todos, maior intensidade ao convívio necessariamente harmonioso —exigência do próprio texto constitucional— entre os Poderes que compõem o Estado brasileiro", afirmou a ministra.
Segundo Rosa, a continuidade dos trabalhos institucionais do tribunal, no mesmo plenário que foi destruído, "é a resposta fundamental que se impunha sem qualquer hesitação aos atos de violência contra as instituições democráticas".
"E esta resposta está sendo dada", acrescentou a presidente do STF.
Após a fala de Rosa, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a palavra e listou as denúncias e manifestações feitas pelo órgão a respeito do caso. Disse ainda que a PGR, que sempre foi vista como inerte, atuou e tem atuado de forma preventiva a problemas como os de 8 de janeiro.
O plenário do STF foi reaberto no último dia 1º, quando a corte abriu os trabalhos do Judiciário de 2023.
Na ocasião, Rosa fez um discurso com recados aos golpistas que depredaram as sedes dos três Poderes, a quem chamou de "inimigos da liberdade", prometeu responsabilizar a todos e disse que a democracia "permanece inabalável".
Rosa deixou para este semestre em que retoma as atividades temas que questionam o poder do Ministério Público Federal e do procurador-geral da República.
A presidente da corte, que tem um perfil discreto e prefere que o STF não seja o foco das atenções por polêmicas, deixou de fora temas que podem causar acirramento de ânimos contra o tribunal.
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