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Mendonça, do STF, suspende ação que tornou Renan réu por ter chamado Lira de ladrão

Decisão ocorre em meio às dificuldades de Lula para ter os dois políticos de Alagoas em sua base no Congresso

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Brasília

O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu a tramitação da ação em que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) tornou-se réu por calúnia, injúria e difamação em processo movido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em janeiro, a 1ª Vara Criminal de Brasília aceitou uma queixa de Lira contra o senador por crimes contra a honra.

Mendonça, no entanto, concedeu uma decisão liminar (provisória) para sustar a tramitação do caso sob o argumento de que a primeira instância da Justiça Federal usurpou a competência do STF ao analisar o tema.

Ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), durante sessão de julgamentos - Carlos Moura - 27.abr.23/Divulgação/STF

A decisão é dada em meio à disputa entre Renan e Lira que tem dificultado a relação do presidente Lula (PT) com sua base na Câmara e no Senado.

Lira processou o conterrâneo de Alagoas por ter sido chamado de ladrão. "Segue roubando no orçamento secreto", disse, em relação às chamadas emendas de relator, que eram pagam sem transparência e foram derrubadas pelo Supremo.

Mendonça afirmou, no entanto, que a ação não poderia ter sido analisada pela primeira instância do Judiciário.

"Vislumbro plausibilidade jurídica na tese de que a postagem realizada por senador da República, endereçando crítica em contexto de disputa política contra deputado federal, ainda que, em tese, incorrendo em possíveis tipos penais, enquadra-se, prima facie, no critério fixado pelo STF por ocasião do julgamento da questão de ordem na ação penal nº 937/RJ", afirmou, em relação ao julgamento que restringiu o alcance do foro especial para parlamentares.

O magistrado afirmou que, neste caso, "vislumbra-se relação de pertinência" entre a conduta de Renan e o desempenho do mandato de senador, o que atrai competência do Supremo para o caso.

A publicação de Renan contra Lira nas redes sociais ocorreu em meio à disputa pelo Governo de Alagoas, ano passado.

"Arthur Lira é ladrão já condenado por desvios na Assembleia. Segue roubando no orçamento secreto, metendo as mãos sujas na PF/AL para qual trouxe a aliada. Afastar o governador – favorito que quase venceu no 1º turno – para uma apuração é a anomalia que será rechaçada pelos alagoanos", escreveu o senador.

Renan se referia ao afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), determinado pela ministra Laurita Vaz, relatora do caso no STJ. Mais tarde, o Supremo derrubou a decisão.

O advogado de Renan, Luís Henrique Machado, afirma que o ministro acertou ao reconhecer que a atribuição para avaliar a matéria era do STF.

"Não restam dúvidas de que a declaração proferida pelo senador não ultrapassou a manifestação estritamente política. É consabido que os ânimos em período eleitoral se acirram, de modo que a jurisprudência é firme nesse sentido", disse.

Lira ainda não se manifestou sobre a decisão.

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