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Ramagem presta depoimento na PF por quase sete horas sobre caso 'Abin paralela'

Corporação investiga monitoramentos ilegais sob Bolsonaro na época em que deputado era diretor-geral da agência

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Rio de Janeiro

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) prestou depoimento nesta quarta-feira (17) na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, no âmbito das investigações sobre a "Abin paralela" durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), quando o delegado era diretor-geral da agência.

Ramagem, que é pré-candidato à prefeitura da capital fluminense, permaneceu na sede da PF por mais de seis horas. Ele chegou às 15h15 para o depoimento, marcado para 15h, e saiu do prédio às 21h50. Na saída, não falou com a imprensa.

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) chega para prestar depoimento na sede da Policia Federal no Rio de Janeiro sobre a suposta 'Abin paralela' - Folhapress

A PF investiga um suposto uso da estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para investigar desafetos políticos, magistrados e jornalistas, na época em que Ramagem era diretor, entre 2019 e 2022.

A corporação encontrou um áudio "possivelmente gravado" por Ramagem durante reunião com Bolsonaro em agosto de 2020, no Palácio do Planalto. Na segunda-feira (15), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes quebrou o sigilo do conteúdo.

O áudio mostra que advogados buscavam meios para anular as investigações de "rachadinha" contra Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em especial por meio do Serpro —estatal que detém os dados do Fisco—, que poderia mostrar acessos ilegais a dados do filho do presidente por servidores da Receita Federal do Rio.

Na gravação, segundo a PF, é possível identificar a atuação de Ramagem indicando que seria necessária a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da Receita. A medida teria o objetivo de anular a investigação e retirar alguns auditores de seus respectivos cargos.

Apesar do conteúdo da mídia, integrantes do PL esperam que a repercussão aumente o número de eleitores que associem o pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro ao ex-mandatário.

Membros da cúpula estadual da sigla atenuam a reverberação do caso para Ramagem e afirmam que a divulgação dos áudios animou Bolsonaro e a pré-campanha. O ex-presidente mantém agendas públicas nesta semana com o delegado na cidade.

Além de Ramagem, outras pessoas devem prestar depoimento ao órgão.

No último dia 11, uma operação prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Ramagem na época em que ele era diretor da Abin. O ex-delegado também é ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que também é investigado.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

Os sete alvos são Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigue e Rogério Beraldo de Almeida, contra os quais houve ordem de prisão e e de busca; e José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos, alvos apenas de mandados de busca.

Entre eles estão um policial federal e um policial militar cedidos para a Abin e que atuavam com Ramagem. Os outros são influenciadores digitais que trabalhavam para o chamado "gabinete do ódio".

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