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Bolsonaro não é chamado de genocida em livro norueguês, diferentemente do que afirma post

Ex-presidente é citado em obra em trecho sobre pandemia, mas não há menção a genocídio

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São Paulo

Post engana ao afirmar que um livro didático norueguês retrata Jair Bolsonaro (PL) como genocida responsável por 700 mil mortes de Covid-19 no Brasil. A publicação utiliza imagem com baixa resolução do livro "Fabel 10", da editora Aschehoug, destinado ao aprendizado da língua norueguesa e vendido para escolas voltadas para estudantes de 13 a 16 anos.

O trecho em questão cita a pandemia em um capítulo sobre teorias da conspiração, mídia e política. Diz que Bolsonaro chamou a pandemia de "gripezinha" e não recomendou os mesmos cuidados que o resto do mundo. O texto também ressalta que, apenas no primeiro ano, o Brasil registrou a perda de 260 mil vidas devido ao vírus.

Jair Bolsonaro em ato na avenida Paulista, em São Paulo; post desinforma ao dizer que livro norueguês chamou o ex-presidente brasileiro de genocida - Bruno Santos - 25.fev.2024/Folhapress

"A negação da Covid é um exemplo de desinformação difícil de impedir. Muitas vezes, aqueles que acreditam em teorias da conspiração encontrarão apoio para diversas teorias em sites e redes sociais, onde são apresentados a uma ‘nova verdade’", diz trecho do texto traduzido pelo Comprova.

Na mesma página, abaixo do texto, o livro traz uma foto de Bolsonaro, e reproduz na legenda uma frase dita por ele em março de 2021 sobre a pandemia: "Chega de frescura, vão ficar chorando até quando?".

O livro também afirma que o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, criticou a forma como Bolsonaro lidou com a pandemia e foi afastado do cargo por conta disso. Ainda no início de 2020, o apoio do presidente ao uso da cloroquina como tratamento para Covid-19 causou um estranhamento público entre os dois. Além disso, Mandetta defendia que o governo deveria seguir as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), o que gerou mais conflitos.

Os textos seguintes pedem aos alunos que considerem quem é o responsável em situações como a do Brasil. Em contato com a reportagem, a editora afirmou que o texto não usa a palavra genocídio nem implica que houve um genocídio durante este período.

A reportagem procurou a autora do post, que não quis se posicionar sobre os questionamentos.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

POR QUE INVESTIGAMOS

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99581-6340 ou pelo email folha.informacoes@grupofolha.com.br.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Metrópoles, Tribuna do Norte e O Dia e publicada em 22 de agosto pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, A Gazeta, Imirante, Estadão, Diário do Nordeste e Programa de Residência.

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