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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Candidato à sucessão de Lira justifica a Lula elo com Cunha e voto contra Dilma

Petistas reclamam que candidato à sucessão de Lira é próximo de fiador do afastamento da ex-presidente; deputado também esteve com Bolsonaro nesta quarta

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Brasília

Líder do Republicanos na Câmara dos Deputados e candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa, Hugo Motta (PB) reuniu-se nesta quarta-feira (4) com o presidente Lula (PT) e tentou justificar sua relação com o ex-deputado Eduardo Cunha (Republicanos-RJ), fiador do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Antes, na manhã desta quarta, Motta esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em busca de apoio.

Os movimentos do deputado ocorrem um dia após o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), recuar de sua candidatura para abrir caminho ao deputado paraibano. Pereira comunicou a desistência na terça (3) ao próprio Lula, quando apresentou o nome de Motta.

O líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB)

Nesta quarta, segundo relatos, o presidente da República disse ao deputado que, quando ouviu a sugestão pelo seu nome, fez dois comentários: um de que ele seria muito jovem (Motta tem 34 anos) e o segundo, que as pessoas comentavam as relações dele com Cunha e também com o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI) —ex-ministro de Bolsonaro e um dos nomes mais atuantes da oposição a Lula.

Em seguida, o petista sinalizou estar de acordo com a candidatura porque Pereira a avalizava, mas sugeriu a Motta que ele atuasse junto aos deputados para "desmistificar" as relações com dois dos principais atores do impeachment de Dilma, ocorrido em 2016.

Apesar de ser apontado como um nome palatável a diferentes alas da Câmara, deputados petistas demonstraram apreensão em relação a Motta pela proximidade com Cunha.

A Lula o deputado afirmou que não nega suas relações. Mas justificou a proximidade com o ex-parlamentar dizendo que Cunha era o líder do MDB —seu partido à época— e, portanto, ele era seu comandado.

Motta também disse, de acordo com um aliado, que chegou a alertar Cunha que ele estava errado ao dar prosseguimento ao impeachment da ex-presidente. O líder do Republicanos, no entanto, votou a favor do afastamento da petista e foi considerado um membro da "tropa de choque" de Cunha.

O parlamentar também ressaltou a Lula ser muito próximo do ministro emedebista Renan Filho (Transportes), seu compadre, sugerindo que ele buscasse referências.

De acordo com um interlocutor, o presidente da República afirmou que a própria presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse que o deputado tem boas relações no partido e, portanto, poderia ser um nome a agregar consenso.

Por fim, o petista disse no encontro que espera poder dialogar e conversar sobre projetos de interesse do país com o próximo presidente da Câmara dos Deputados.

A reunião com Lula faz parte de uma tentativa do Republicanos de viabilizar o nome de Motta para ser o candidato de consenso à sucessão de Lira. O presidente da Câmara afirmou publicamente algumas vezes que deseja costurar um sucessor que tivesse apoio tanto do PT quando do PL, as duas maiores bancadas da Casa.

De acordo com relatos de interlocutores de Motta à reportagem, ele também se reuniu com Bolsonaro pela manhã na casa do senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente. Estava acompanhado de Ciro Nogueira, entusiasta da candidatura de Motta.

Lira havia determinado um prazo para anunciar quem iria apoiar até o fim de agosto. Mas, diante da falta de consenso, adiou a tomada de decisão.

O nome de Motta era ventilado nos bastidores como possibilidade de uma candidatura de consenso, pelo fato de ele ter bom trânsito entre parlamentares de diversos partidos na Câmara, mas esbarrava em Pereira —que, até então, negava qualquer possibilidade de desistir da disputa.

Ele também era considerado nome preferencial de Lira, que veria nele um parlamentar de sua confiança e com maior unidade em torno de seu nome.

Hoje também são candidatos os líderes Antonio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL). Todos eles buscavam o apoio de Lira para se consolidar na disputa.

Com a desistência de Pereira, o Republicanos tentará consolidar apoio do PSD e do MDB, já que integram o mesmo bloco partidário na Câmara (com 147 deputados, ao lado do Podemos). Brito afirmou a interlocutores nesta quarta que a sua candidatura está mantida.

Elmar também ainda não deu sinais de desistência. Ele é aliado de primeira hora de Lira e contava com o apoio do alagoano. Apesar disso, no entanto, o próprio Lira tinha dúvidas sobre a viabilidade da candidatura do deputado, por avaliar que ele não tem votos necessários para ganhar em plenário. Neste momento, Elmar está reunido com Lira na residência oficial da Presidência da Câmara.

Além de ter apoio de cardeais do centrão, Motta também tem a simpatia de membros do governo Lula e do PT.

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