Eólicas reduziriam impacto de apagão no Nordeste, diz especialista
Com estiagem e baixo nível dos rios, esse tipo de energia responde por mais de 50% do abastecimento da região
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O apagão ocorrido em estados do Norte e Nordeste na quarta-feira (21) foi um incidente pontual, natural em um sistema complexo como o de transmissão de energia da região, segundo especialistas que debateram o tema de energias renováveis em seminário da Folha, na quinta-feira (22), em Fortaleza.
A falha foi causada por um disjuntor na subestação de Xingu, no Pará, que integra o sistema de escoamento da energia de Belo Monte. O Nordeste é abastecido pela usina, devido à baixa produção de suas hidrelétricas.
O impacto da falha, porém, poderia ter sido menor, pois a região tem potencial para gerar mais energia eólica do que produz, segundo Jurandir Picanço, presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis da Adece (agência de desenvolvimento do Ceará).
Com a estiagem e o baixo nível dos rios, a energia eólica responde por mais de 50% do abastecimento da região, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
“As energias eólica e solar começaram com valores elevadíssimos, e agora estão caindo. O Nordeste tem os melhores ventos entre todas as regiões do Brasil”, afirmou.
Para a diretora-presidente adjunta da empresa Neoenergia, Solange Ribeiro, pelas condições favoráveis e pelos altos investimentos, o Nordeste deve se tornar exportador de energia no futuro.
Solange, no entanto, apontou para uma dificuldade do modelo eólico. “O vento é um recurso que nem sempre está disponível. Hoje ele é complementado com termoelétricas e hidrelétricas.”
Ela defendeu o uso de novas tecnologias de armazenamento, como baterias ou usinas hidrelétricas reversíveis, que guardam energia excedente para utilizar em períodos de alta demanda.
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