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Nova versão da Alexa usará IA da Anthropic, diz agência

Amazon prefere usar o Claude do que apostar em sua própria versão de IA; previsão de lançamento é outubro

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Greg Bensinger
San Francisco (EUA) | Reuters

A versão reformulada da Alexa, da Amazon, será alimentada principalmente pelos modelos de inteligência artificial Claude, da Anthropic, em vez de sua própria IA, disseram cinco pessoas familiarizadas com o assunto à Reuters.

A Amazon prevê lançar o produto em outubro nos EUA e planeja cobrar de US$ 5 a US$ 10 (R$ 28,20 a R$ 56,41) por mês pela nova versão "Remarkable" da Alexa, pois usará uma poderosa IA generativa para responder a consultas complexas, enquanto ainda oferece o assistente de voz "Classic" gratuitamente.

Alexa tem nova versão prevista para ser lançada em outubro nos EUA - Reuters

As versões iniciais da nova Alexa usando software interno sofriam para encontrar palavras, às vezes levando seis ou sete segundos para reconhecer um comando e responder, disse uma das pessoas.

É por isso que a Amazon recorreu ao Claude, um chatbot de IA desenvolvido pela startup Anthropic, pois ele teve um desempenho melhor do que os próprios modelos de IA do gigante do varejo online, informaram as pessoas.

A Reuters entrevistou cinco pessoas com conhecimento direto da estratégia da Alexa. Todos se recusaram a terem a identidade revelada, pois não estão autorizados a discutir esse assunto em público.

A Alexa, acessado principalmente através de televisores da Amazon e dispositivos Echo, pode definir temporizadores, tocar música, atuar como um hub central para controles de casa inteligente e responder a perguntas pontuais.

Mas as tentativas da Amazon de convencer os usuários a fazer compras através da Alexa para gerar mais receita foram mal-sucedidas na maioria das vezes, e a divisão continua sem obter lucro.

Como resultado, a cúpula da companhia enfatizou que 2024 é um ano crítico para a Alexa finalmente demonstrar que pode gerar vendas significativas —e a versão paga reformulada é vista como uma maneira de alcançar o objetivo e acompanhar os concorrentes.

"A Amazon usa muitas tecnologias diferentes para alimentar a Alexa", afirmou uma porta-voz da empresa em resposta a perguntas feitas pela Reuters.

"Quando se trata de modelos de aprendizado de máquina, começamos com aqueles construídos pela Amazon, mas usamos, e continuaremos a usar, uma variedade de modelos diferentes —incluindo (modelo de IA da Amazon) Titan e futuros modelos da Amazon, bem como aqueles de parceiros— para chegar à melhor experiência para os clientes", disse a porta-voz.

A Anthropic, na qual a Amazon possui uma participação minoritária, recusou-se a comentar.

PARCERIAS DE IA

A Amazon geralmente evita depender de tecnologia que não desenvolveu internamente para garantir que tenha controle total da experiência do usuário, coleta de dados e relacionamentos diretos com os clientes.

Mas não estaria sozinha em recorrer a um parceiro para melhorar produtos de IA. Microsoft e Apple, por exemplo, firmaram parcerias com a OpenAI para usar seu ChatGPT para alimentar alguns de seus produtos.

O lançamento do Remarkable Alexa, como é conhecido internamente, é esperado para outubro, com uma prévia do novo serviço durante o evento anual de dispositivos e serviços da Amazon, geralmente realizado em setembro, disseram as pessoas.

No entanto, a Amazon ainda não informou quando planeja realizar seu evento, que será a primeira grande aparição pública de seu novo chefe de dispositivos, Panos Panay, contratado no ano passado para substituir David Limp.

O amplo lançamento no final de 2022 do ChatGPT, que dá respostas completas quase instantaneamente a consultas complicadas, desencadeou uma frenesi de investimentos e manobras corporativas para desenvolver melhores softwares de IA para uma variedade de funções, incluindo serviços de imagem, vídeo e voz.

Em comparação, a Alexa de uma década da Amazon parecia ultrapassado, disseram trabalhadores da Amazon à Reuters.

Embora a Amazon tenha um mantra de "trabalhar de trás para frente a partir do cliente" para criar novos serviços, algumas das pessoas afirmam que, dentro do grupo Alexa, a ênfase desde o ano passado tem sido acompanhar os concorrentes na corrida da IA.

Trabalhadores da Amazon também expressaram ceticismo de que os clientes estariam dispostos a pagar US$ 60 a US$ 120 (R$ 336,90 a R$ 673,80) por ano por um serviço que hoje é gratuito —além dos US$ 139 (R$ 780,49) que muitos já pagam por suas assinaturas Prime.

ATUALIZAÇÕES DA ALEXA

Conforme imaginado, a versão paga da Alexa continuaria com conversas com o usuário que se baseiam em perguntas e respostas anteriores, disseram as pessoas com conhecimento da estratégia da Alexa.

A versão atualizada é projetada para permitir que os usuários busquem conselhos de compras, como quais roupas adquirir para uma viagem, e para agregar notícias, disseram as pessoas. E é destinado a realizar pedidos mais complicados, como encomendar comida ou redigir emails a partir de um único comando.

A Amazon espera que a nova Alexa também seja um hub de automação doméstica superpotente, lembrando as preferências dos clientes para que, por exemplo, os alarmes matinais sejam configurados ou a televisão saiba gravar programas favoritos mesmo quando um usuário se esquece, comentaram.

Os planos da empresa para a Alexa, no entanto, podem ser adiados ou alterados se a tecnologia não atender a certos benchmarks internos, disseram as pessoas, sem dar mais detalhes.

O analista Justin Post, do Bank of America, estimou em junho que há cerca de 100 milhões de usuários ativos da Alexa e que cerca de 10% desses podem optar pela versão paga do produto. Assumindo o valor mais baixo da faixa de preço mensal, isso traria pelo menos US$ 600 milhões em vendas anuais.

A Amazon diz que vendeu 500 milhões de dispositivos habilitados para Alexa, mas não divulga quantos usuários ativos existem.

Anunciando um acordo para investir US$ 4 bilhões na Anthropic em setembro do ano passado, a Amazon disse que seus clientes teriam acesso antecipado à tecnologia. A Reuters não conseguiu determinar se a Amazon teria que pagar adicionalmente à Anthropic pelo uso do Claude na Alexa.

A Amazon se recusou a discutir os detalhes de seus acordos com a startup. O Google também investiu pelo menos US$ 2 bilhões na Anthropic.

O varejista, junto com o Google, está enfrentando uma investigação formal do regulador antitruste do Reino Unido sobre o acordo com a Anthropic e seu impacto na concorrência. Ele anunciou uma investigação inicial em agosto e disse que tem 40 dias úteis para decidir se deve avançar para uma fase mais intensa de escrutínio.

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