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Esquerda segue condescendente com evangélicos nas eleições, segundo especialistas

Bolsonaro visitou igrejas e fez público religioso se sentir ouvido, apontam debatedores convidados pela Folha

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São Paulo

Na segunda live da TV Folha neste domingo eleitoral, jornalistas e convidados discutiram a influência da religião no pleito, com atenção especial à relação dos presidenciáveis com o público evangélico, de relevância crescente no país.

O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, durante um culto evangélico em agosto - Reprodução/Portal Uai

O pesquisador Juliano Spyer, colunista deste jornal, afirmou ter conversado com uma eleitora jovem, negra e evangélica de Jair Bolsonaro, que citou como fundamental o fato de o presidente "ter estado presente nas igrejas".

"Bolsonaro não teve vergonha de se aproximar do público evangélico. E essa eleitora reclamava disso dos outros candidatos, que pareciam se aproximar só quando era conveniente. Como se entendemos que evangélicos são público importante, mas ainda os tratassem como crianças, querendo convencer e não ouvir."

A repórter especial Anna Virginia Balloussier acrescentou que Lula gosta de citar que sancionou a lei que instaurou a Marcha para Jesus, mas nunca compareceu em uma. "Bolsonaro foi em todas, como presidenciável e presidente. Há falhas da esquerda com esse eleitorado."

Existe uma condescendência da esquerda com esse público, segundo o colunista Thiago Amparo, e assim esse campo político falha em "aproximar sua linguagem da de muitos evangélicos, no sentido mais plural possível".

"Não significa que os progressistas deveriam deixar as pautas que lhes são caras, mas entender como podem se traduzir para esse público, que quer que igrejas sejam vistas como braços de assistência social aonde o Estado não chega, como centros de congregação social."

Há uma vitimização comum entre os bolsonaristas, ainda segundo Amparo, ao afirmar que no Brasil cristãos são massacrados. "Há uma supervalorização dessa discriminação como estrutural, mas há de fato uma percepção de que agora esse grupo se sente ouvido por políticos."

O professor de direito ressalta, porém, que Bolsonaro não fez mudanças efetivas em políticas públicas para esse setor, trocando medidas concretas por uma defesa retórica mais aguerrida de questões de costumes.

Balloussier fez coro ao apontar que antes do presidente candidato à reeleição, "a bancada evangélica agia como zagueiro" e esperava que isso mudasse. "Mas a única medida conservadora que Bolsonaro conseguiu colocar de pé de verdade foi a liberação das armas, mas isso nunca foi uma demanda evangélica."

Outro fator relevante na discussão é o que a jornalista chama de "fisiologismo das igrejas". "A Universal, por exemplo, esteve com todos os presidentes antes de Bolsonaro, inclusive os petistas. Mas agora está dando pancadas semana a semana no ex-presidente Lula. Se ele ganhar, será que a ruptura entre evangélicos e esquerda será tão grave que não poderá ser reconstruída?"

A TV Folha realiza neste domingo (2), até as 21h50, uma programação especial ao vivo sobre as eleições de 2022. Jornalistas e colunistas da Folha analisam o resultado da votação e comentam seus desdobramentos, explorando temas como economia, religião e a pressão sobre a democracia.

Todos os vídeos serão transmitidos pelo canal da Folha no YouTube (www.youtube.com/folha).

Confira a programação ao vivo da TV Folha:

17h a 17h50 - Análise sobre o dia de eleição

Fernando Canzian, repórter especial

Igor Gielow, repórter especial

Bruno Boghossian, colunista da Folha

Fábio Zanini, editor do Painel

18h a 18h50 - Religião e política

Patrícia Campos Mello, repórter especial

Anna Virginia Balloussier, repórter especial

Juliano Spyer, criador do Observatório Evangélico e colunista da Folha

Thiago Amparo, advogado, professor da FGV e colunista da Folha

19h a 19h50 - O Brasil e o mundo

Fernando Canzian, repórter especial

Mathias Alencastro, colunista da Folha

Sylvia Colombo, correspondente em Buenos Aires

20h a 20h50 - Para onde vai a economia

Patrícia Campos Mello, repórter especial

Vinicius Torres Freire, colunista da Folha

Joana Cunha, editora do Painel S.A.

Solange Srour, economista-chefe do banco Credit Suisse e colunista da Folha

21h a 21h50 - Democracia sob pressão e o papel da imprensa

Fernando Canzian, repórter especial

Sérgio Dávila, diretor de Redação

Mônica Bergamo, colunista da Folha

Wilson Gomes, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e colunista da Folha

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