Descrição de chapéu Eleições 2022

Jornalistas da Folha debatem o futuro dos presidenciáveis após o primeiro turno

Caso disputa não se encerre no primeiro turno, eleição deve virar guerra de rejeições, avaliam colunistas e repórteres

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Na primeira live da Folha sobre eleições neste domingo, jornalistas e colunistas da casa comentaram as perspectivas de resultados com base nas últimas pesquisas e o noticiário quente deste domingo de votação.

Lula vota em São Bernardo do Campo neste domingo e Bolsonaro, no Rio de Janeiro
Lula vota em São Bernardo do Campo neste domingo e Bolsonaro, no Rio de Janeiro - Mariana Greif/Reuters e Eduardo Anizelli/Folhapress

Em primeiro lugar, os comentaristas notaram que o comparecimento às urnas parece ter sido muito alto. "O fator que mais agoniava o PT era a abstenção", disse Igor Gielow, repórter especial do jornal.

"Qualquer mexida nos índices de abstenção pode afetar uma vitória de Lula em primeiro turno", afirmou o colunista Bruno Boghossian. "A piscina onde Lula podia pescar votos ficou menor. Os eleitores de Ciro já foram mudando de voto vagarosamente nas últimas semanas. Ciro caiu de 10 para 5 por cento, com um eleitorado mais convicto ao seu lado."

"Lula não chegou com uma onda de migração de votos na pesquisa de sábado. Isso pode ter acontecido na urna, mas considero que ainda é uma situação difícil. Será uma façanha se conseguir fechar a fatura no primeiro turno", completou ele.

Caso se confirme a projeção de um segundo turno entre o ex e o atual presidente, Bolsonaro "tem um Everest a subir, não um morro", apontou Gielow, segundo quem o direitista tem "poucos instrumentos na mão agora" para diminuir a distância do petista.

A principal prioridade de Bolsonaro sempre foi reconquistar eleitores arrependidos, segundo o jornalista Fábio Zanini, editor da coluna Painel. "Uma parte do eleitorado havia fugido pelo estilo dele de fazer política, seu autoritarismo, o desastre da pandemia. A campanha avaliava que tinha discurso contra todos esses pontos. Houve uma metamorfose do discurso negacionista do presidente contra a vacina, por exemplo."

Mas trazer esses arrependidos de volta não tem parecido ser o suficiente, talvez nem para evitar a vitória de Lula em primeiro turno, segundo o jornalista. "Por isso ele fez acenos ao Ciro Gomes. Apesar de pertencer a um partido de esquerda, Ciro se comportou durante boa parte da campanha como um candidato de direita, muito agressivo contra o PT."

O segundo turno se anuncia como "um duelo de rejeições", segundo os debatedores, com Bolsonaro recorrendo a uma estratégia agressiva de aumentar as críticas ao adversário, lembrando a recessão do governo Dilma, e escândalos como mensalão e petrolão.

Ciro sai menor da campanha, segundo Zanini, acrescentando que o PDT tende a apoiar Lula no segundo turno e compor o governo, independentemente do posicionamento do presidenciável. "Já Tebet sai maior do que entrou, nacionalizou seu nome e é possível que prepare desde já uma campanha para 2026."

Canzian aponta que deve haver um rejuvenescimento obrigatório dos presidenciáveis do próximo pleito, pela idade avançada dos competidores à frente nesta corrida, citando nomes com projeção como Tarcísio de Freitas, Fernando Haddad, Romeu Zema e Eduardo Leite.

Já se percebe que Lula está cansado, afirmou Gielow, que estima o próximo mandato do petista, caso vença, como um governo de transição no qual o presidente não seja uma figura tão dominante e ceda espaço a figuras ascendentes no PT.

A TV Folha realiza neste domingo (2), até as 21h50, uma programação especial ao vivo sobre as eleições de 2022. Jornalistas e colunistas da Folha analisam o resultado da votação e comentam seus desdobramentos, explorando temas como economia, religião e a pressão sobre a democracia.

Todos os vídeos serão transmitidos pelo canal da Folha no YouTube (www.youtube.com/folha).

Confira a programação ao vivo da TV Folha:

17h a 17h50 - Análise sobre o dia de eleição

Fernando Canzian, repórter especial

Igor Gielow, repórter especial

Bruno Boghossian, colunista da Folha

Fábio Zanini, editor do Painel

18h a 18h50 - Religião e política

Patrícia Campos Mello, repórter especial

Anna Virginia Balloussier, repórter especial

Juliano Spyer, criador do Observatório Evangélico e colunista da Folha

Thiago Amparo, advogado, professor da FGV e colunista da Folha

19h a 19h50 - O Brasil e o mundo

Fernando Canzian, repórter especial

Mathias Alencastro, colunista da Folha

Sylvia Colombo, correspondente em Buenos Aires

20h a 20h50 - Para onde vai a economia

Patrícia Campos Mello, repórter especial

Vinicius Torres Freire, colunista da Folha

Joana Cunha, editora do Painel S.A.

Solange Srour, economista-chefe do banco Credit Suisse e colunista da Folha

21h a 21h50 - Democracia sob pressão e o papel da imprensa

Fernando Canzian, repórter especial

Sérgio Dávila, diretor de Redação

Mônica Bergamo, colunista da Folha

Wilson Gomes, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e colunista da Folha

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.