Vitória de Lula tiraria Brasil do isolamento internacional, afirmam colunistas
Mathias Alencastro e Sylvia Colombo discutem chance de petista liderar nova onda de esquerda na América Latina
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A perspectiva de um novo governo Lula poderia tirar o Brasil do isolamento internacional e fazer com que o país volte a ter protagonismo na integração latino-americana, segundo debatedores convidados pela Folha em live promovida neste domingo eleitoral.
"Garantir respeito à eleição no Brasil é uma questão de segurança nacional", segundo o colunista Mathias Alencastro, que aponta a chance de o bolsonarismo renovado insuflar a campanha de Donald Trump à Presidência americana em 2024.
Olhando em termos de relações bilaterais, o "Brasil estará em posição de vantagem", disse Alencastro, porque poderá jogar com a competição com a China, que se tornou um parceiro comercial mais dominante do que nos outros mandatos de Lula.
"O alinhamento de Biden com um eventual governo Lula deve começar em torno do clima, afinal, se começa a criar relações onde as pontes podem ser construídas mais rapidamente."
Outro ângulo abordado foi o da ampliação da guinada da América Latina à esquerda se Lula vencer as eleições. Como apontou a correspondente Sylvia Colombo, as seis principais economias da região serão lideradas por líderes de esquerda ou centro-esquerda.
"Mas essa tal onda vermelha é de uma esquerda muito variada. A peruana é mais arcaica, antiaborto, a chilena é mais identitária, a colombiana é muito verde, com prioridade na Amazônia. É certo dizer que há uma guinada, mas temos que lembrar que são esquerdas muito diferentes."
Os exemplos de Chile e Colômbia mostram que a trégua costumeira para começos de mandato está curta, segundo a jornalista. "O plebiscito constitucional já foi a primeira grande derrota de Gabriel Boric, que teve que retroceder e chamar ministros mais experientes. Gustavo Petro também está mostrando muita pressa em fazer as coisas, e já houve manifestações de direita contra suas reformas."
Além disso, essa nova onda de presidentes esquerdistas teria "capacidade de entrega mais limitada por um cenário internacional mais desfavorável". "Estão precisando encontrar soluções mais criativas, num contexto que passa do superciclo à super-recessão."
Alencastro reforça que, "num contexto tão complicado é mais provável que os países se voltem a si mesmos" do que priorizem a integração regional.
Apesar disso, ele aponta que a projeção internacional do Brasil ganharia fôlego com Lula, que tem uma relação consolidada com a União Europeia, onde é "visto como o último grande social-democrata da região, com uma visão até um pouco romântica".
"As críticas ao Pepe Mujica eram muito mais fortes quando ele estava no poder, o mesmo vale para Michelle Bachelet, do Chile. A imagem negativa interna não significa que eles não sejam superpopulares fora de seus países."
A TV Folha realiza neste domingo (2), até as 21h50, uma programação especial ao vivo sobre as eleições de 2022. Jornalistas e colunistas da Folha analisam o resultado da votação e comentam seus desdobramentos, explorando temas como economia, religião e a pressão sobre a democracia.
Todos os vídeos serão transmitidos pelo canal da Folha no YouTube (www.youtube.com/folha).
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO AO VIVO DA TV FOLHA:
17h a 17h50 - Análise sobre o dia de eleição
Fernando Canzian, repórter especial
Igor Gielow, repórter especial
Bruno Boghossian, colunista da Folha
Fábio Zanini, editor do Painel
18h a 18h50 - Religião e política
Patrícia Campos Mello, repórter especial
Anna Virginia Balloussier, repórter especial
Juliano Spyer, criador do Observatório Evangélico e colunista da Folha
Thiago Amparo, advogado, professor da FGV e colunista da Folha
19h a 19h50 - O Brasil e o mundo
Fernando Canzian, repórter especial
Mathias Alencastro, colunista da Folha
Sylvia Colombo, correspondente em Buenos Aires
20h a 20h50 - Para onde vai a economia
Patrícia Campos Mello, repórter especial
Vinicius Torres Freire, colunista da Folha
Joana Cunha, editora do Painel S.A.
Solange Srour, economista-chefe do banco Credit Suisse e colunista da Folha
21h a 21h50 - Democracia sob pressão e o papel da imprensa
Fernando Canzian, repórter especial
Sérgio Dávila, diretor de Redação
Mônica Bergamo, colunista da Folha
Wilson Gomes, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e colunista da Folha
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