Nasa e SpaceX estudam prolongar vida útil do telescópio Hubble

Observatório opera desde 1990 a cerca de 540 quilômetros da Terra, uma órbita que decai lentamente com o tempo

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Washington | AFP

A Nasa e a SpaceX decidiram estudar a viabilidade de outorgar à empresa de Elon Musk um contrato para impulsionar o telescópio espacial Hubble a uma órbita mais alta, com o objetivo de estender sua vida útil, disse nesta quinta-feira (29) a agência espacial americana.

O renomado observatório opera desde 1990 a cerca de 540 quilômetros da Terra, uma órbita que decai lentamente com o tempo.

O Hubble carece de propulsão a bordo para combater a pequena, mas notável, resistência atmosférica nessa área do espaço, e sua altitude foi anteriormente restabelecida durante missões do ônibus espacial.

Imagem do Telescópio Espacial Hubble feita pelo ônibus espacial Atlantis, em 2009
Imagem do Telescópio Espacial Hubble feita pelo ônibus espacial Atlantis, em 2009; o observatório faz imagens do espaço desde 1990 - Nasa - 13.mai.09/Reuters

O novo projeto envolveria uma cápsula SpaceX Dragon. "Há uns meses, a SpaceX abordou a Nasa com a ideia de estudar se uma tripulação comercial poderia ajudar a impulsionar nossa nave espacial Hubble", afirmou a jornalistas o cientista-chefe da Nasa, Thomas Zurbuchen, e acrescentou que a agência havia aceitado o estudo sem custos.

Zurbuchen ressaltou, porém, que não há planos concretos no momento de conduzir ou financiar uma missão como essa até que se compreenda melhor seus desafios técnicos.

A SpaceX propôs a ideia em parceria com o Programa Polaris, uma empresa privada de voos espaciais tripulados dirigida pelo bilionário Jared Isaacman, que no ano passado alugou uma nave Dragon, da SpaceX, para orbitar a Terra com outros três astronautas privados.

Em resposta a um repórter que perguntou se poderia haver uma percepção de que a missão foi concebida para dar aos ricos tarefas no espaço, Zurbuchen respondeu: "Acredito que é apropriado que a consideremos devido ao tremendo valor que esse ativo de pesquisa tem para nós."

Possivelmente um dos instrumentos mais valiosos da história científica, o Hubble continua fazendo importantes descobertas, incluindo a detecção, este ano, da estrela individual mais longe já vista, Eärendel, cuja luz levou 12,9 bilhões de anos para chegar à Terra.

Atualmente, o telescópio tem previsão de permanecer em operação ao longo desta década, com 50% de chances de sair de órbita em 2037, segundo Patrick Crouse, gerente de projeto do Hubble.

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